Texto por Leonardo Coutinho de Souza
Foto do Unearthly cedida pela própria banda
Demais fotos por Caroline Lucena
Pelos joanetes da minha vó! (ok, essa foi a segunda e última vez que eu faço esse tipo de comparação.) Essa noite foi, provavelmente, a noite mais importante que se tem notícia do metal underground carioca. O Rio e mais quatorze cidades brasileiras foram agraciadas com a possibilidade de ter uma banda no Wacken Open Air, o mais tradicional festival de metal do mundo, na Alemanha. Organizaram-se então seletivas em cada uma das quinze cidades com a banda vencedora indo para a seletiva em São Paulo. Foi confiado então pelo pessoal do Wacken à revista Roadie Crew que organizasse a parada, que por sua vez confiou à Tríade de Aço (Fashion Produções, Rato no Rio e Rio Metal Works) que viabilizasse o evento no Rio. É preciso deixar claro que o trabalho da Tríade de Aço tem sido imprescindível para o metal fluminense. Os caras têm manha, estão chutando a porta da frente, chamando a atenção e matando à pau. Eu não sei se a ficha da galera caiu, pois “Santo de casa não faz milagre”, mas esses caras salvaram a pátria, são os redentores do metal carioca (nesse tom messiânico mesmo). São heróis com direito a capinha e sunguinha vermelha e o escambau. Pra quem não sabe, um dos maiores problemas do Brasil na área de shows é a falta de casas de espetáculos de médio porte, isso de certa forma é um duro golpe no underground em geral. Mas quem quer faz, se lasca, toma ferro, mas faz. E se você é headbanger e tem um lugar pra tocar ou apenas ir pelo menos uma vez por mês, dê valor a isso e agradeça a esses caras. A revista Roadie Crew também está de parabéns pela iniciativa que é de valor inestimável para o metal brasileiro.
Só tenho algumas ressalvas (tava demorando) quanto à escolha das bandas feita unicamente pela Roadie Crew, talvez o público pudesse decidir também (todo poder ao povo). De qualquer forma o evento contou com um corpo de jurados e o voto do público que equivaleria ao de um jurado para decidir a banda vencedora. As bandas participantes seriam Unearthly, Heavenfalls, Prophecy, Apokalyptic Raids e Hicsos, com o Imago Mortis fechando o evento como banda convidada já que ,inexplicavelmente, não estava entre as banda selecionadas. Chega de lenga-lenga e vamos ao show.
Que diferença do show que estive cobrindo uma semana antes (Dr. Sin) no mesmo local. Organização, som decente, e um palco (meus olhos lacrimejaram ao ver o sagrado palco que tanto me fez falta no último show). Mesmo sendo (apenas) verticalmente limitado (nanico) pude ver o show sem problemas. Aliás, ir a um show e não ver o palco é tão agradável quanto fazer um exame de próstata. Duas vezes na mesma semana (segundo relatos do Artur).
Eu estava trocando uma idéia com Deus quando o todo poderoso pediu licença para ir ao banheiro. Nada! Tava disfarçando pois o Unearthly iria subir ao palco. Sua Santidade estava vestindo uma camisa do Stryper (o Carlos não se conteve e perguntou onde ele havia comprado) e reclamou da ausência de uma banda de white metal no evento e no circuito carioca em geral.(Eu preciso me tratar urgentemente).
Depois desse acesso de loucura, voltemos à normalidade. O Unearthly foi a primeira banda do dia e cometeu um black metal ultra-violento e na velocidade da luz. Uma massa sonora destruidora, um tanque de guerra em forma de música, música pesada e malvada até as unhas. Essa banda está com tanta moral que tem muito neguinho dizendo (mídia e público) que é a melhor banda de black metal do Brasil e provavelmente não estão enganados. O show foi avassalador com destaque para o vocal Eregion absolutamente potente e para a música black metal War Commando o ponto alto do show. Lamentavelmente o público não acompanhou o pique da banda que teve uma excelente performance. Música para ouvidos masoquistas e insensíveis. Quando a banda desceu do palco eu ainda estava enrolando minha língua de volta pra boca e tentando achar meu cérebro que escorreu pelas orelhas.
Foto do Unearthly cedida pela própria banda
Demais fotos por Caroline Lucena
Pelos joanetes da minha vó! (ok, essa foi a segunda e última vez que eu faço esse tipo de comparação.) Essa noite foi, provavelmente, a noite mais importante que se tem notícia do metal underground carioca. O Rio e mais quatorze cidades brasileiras foram agraciadas com a possibilidade de ter uma banda no Wacken Open Air, o mais tradicional festival de metal do mundo, na Alemanha. Organizaram-se então seletivas em cada uma das quinze cidades com a banda vencedora indo para a seletiva em São Paulo. Foi confiado então pelo pessoal do Wacken à revista Roadie Crew que organizasse a parada, que por sua vez confiou à Tríade de Aço (Fashion Produções, Rato no Rio e Rio Metal Works) que viabilizasse o evento no Rio. É preciso deixar claro que o trabalho da Tríade de Aço tem sido imprescindível para o metal fluminense. Os caras têm manha, estão chutando a porta da frente, chamando a atenção e matando à pau. Eu não sei se a ficha da galera caiu, pois “Santo de casa não faz milagre”, mas esses caras salvaram a pátria, são os redentores do metal carioca (nesse tom messiânico mesmo). São heróis com direito a capinha e sunguinha vermelha e o escambau. Pra quem não sabe, um dos maiores problemas do Brasil na área de shows é a falta de casas de espetáculos de médio porte, isso de certa forma é um duro golpe no underground em geral. Mas quem quer faz, se lasca, toma ferro, mas faz. E se você é headbanger e tem um lugar pra tocar ou apenas ir pelo menos uma vez por mês, dê valor a isso e agradeça a esses caras. A revista Roadie Crew também está de parabéns pela iniciativa que é de valor inestimável para o metal brasileiro.
Só tenho algumas ressalvas (tava demorando) quanto à escolha das bandas feita unicamente pela Roadie Crew, talvez o público pudesse decidir também (todo poder ao povo). De qualquer forma o evento contou com um corpo de jurados e o voto do público que equivaleria ao de um jurado para decidir a banda vencedora. As bandas participantes seriam Unearthly, Heavenfalls, Prophecy, Apokalyptic Raids e Hicsos, com o Imago Mortis fechando o evento como banda convidada já que ,inexplicavelmente, não estava entre as banda selecionadas. Chega de lenga-lenga e vamos ao show.
Que diferença do show que estive cobrindo uma semana antes (Dr. Sin) no mesmo local. Organização, som decente, e um palco (meus olhos lacrimejaram ao ver o sagrado palco que tanto me fez falta no último show). Mesmo sendo (apenas) verticalmente limitado (nanico) pude ver o show sem problemas. Aliás, ir a um show e não ver o palco é tão agradável quanto fazer um exame de próstata. Duas vezes na mesma semana (segundo relatos do Artur).
Eu estava trocando uma idéia com Deus quando o todo poderoso pediu licença para ir ao banheiro. Nada! Tava disfarçando pois o Unearthly iria subir ao palco. Sua Santidade estava vestindo uma camisa do Stryper (o Carlos não se conteve e perguntou onde ele havia comprado) e reclamou da ausência de uma banda de white metal no evento e no circuito carioca em geral.(Eu preciso me tratar urgentemente).
Depois desse acesso de loucura, voltemos à normalidade. O Unearthly foi a primeira banda do dia e cometeu um black metal ultra-violento e na velocidade da luz. Uma massa sonora destruidora, um tanque de guerra em forma de música, música pesada e malvada até as unhas. Essa banda está com tanta moral que tem muito neguinho dizendo (mídia e público) que é a melhor banda de black metal do Brasil e provavelmente não estão enganados. O show foi avassalador com destaque para o vocal Eregion absolutamente potente e para a música black metal War Commando o ponto alto do show. Lamentavelmente o público não acompanhou o pique da banda que teve uma excelente performance. Música para ouvidos masoquistas e insensíveis. Quando a banda desceu do palco eu ainda estava enrolando minha língua de volta pra boca e tentando achar meu cérebro que escorreu pelas orelhas.
A segunda banda a se apresentar foi a Heavenfalls. O que mais me surpreendeu, já que se trata de uma banda de power metal melódico, foi o peso das músicas, especialmente dos riffs e bases de guitarra, e olha que a banda estava com um guitarrista a menos.(definitivamente um guitarrista é o suficiente para uma banda de metal tornar o som ao vivo bem mais pesado e dinâmico ao contrario do que parece). A banda abriu com uma música nova e bem pesada e o contrabaixo estava bem alto e gordo, o que deixou o som ainda mais pesado. O Heavenfalls e sua vocalista Sabrina Carrión já são figurinhas bem conhecidas pela galera do metal carioca e não fizeram um show muito diferente do que costumam fazer. A galera respondeu bem, agitando e cantando as músicas e novamente o destaque ficou mesmo com o peso das guitarras, bases intrincadas e solos e timbres interessantes de teclado.
Antes de continuar preciso comentar algo: os eventos da Tríade de Aço além de tudo o que já foi dito têm outro diferencial. Esse diferencial chama-se Adam Alfred, que além de ser um dos idealizadores da RMW, é o apresentador dos eventos. O cara grita, esbraveja, brinda ao metal, incita o público, tem carisma de sobra, enfim, é praticamente o Silvio Santos do metal.(“Ma, ôe..Quem quer metal??”) No ápice da parada o cara xingou e mandou a galera fazer o mesmo com o prefeito da cidade por causa da epidemia de dengue que vitimou também Alex “Dumal” Voorhees, vocal do Imago Mortis, banda que fecharia o evento como convidada. Esse fato foi absolutamente lamentável visto que o Imago seria capaz , tranqüilamente, de roubar a cena com sua performance e não só poderia como deveria estar entre as bandas selecionadas.
A terceira atração foi o Prophecy, banda de thrash que foi fundada em oitenta e cinco, sob o nome de Bíblia Negra (mudaram para Prophecy em 1990). Puta merda, oito cinco. Peraí, já existia thrash em 85 ? Nem sei...nessa época o único instrumento que muito cara de banda grande hoje sabia tocar era o próprio pinto. Bom, a banda mandou bala como todas as outras, mas com um diferencial: o público ficou ensandecido. Eu realmente não sei explicar o que aconteceu. Rodas e mais rodas de pogo, pessoas bangeando como alucinadas, enfim, uma desgraça. A banda conseguiu de forma singular se comunicar com a platéia. Também pudera: o baterista espancou a bateria como se ela fosse sua esposa, o cara tocou muito, o baixista é um louco que driblou seu psiquiatra e o guitarrista Daemon fez jus ao seu nome e tocou como o catiço, que nem um tarado (ops!). Inclusive foram acionados alguns obreiros da igreja universal, troncudos e com direito a orelha deformada de jiu-jiteiro, para exorcizar a banda, mas Sua Santidade, O Senhor, que já havia retornado do banheiro, fez um sinal de “deixa comigo”. Os caras tocaram como se estivessem com uma doença terminal. E ainda tiveram a manha de pôr uma música instrumental no set (coisa bem arriscada), que funcionou bem. Show histórico.
Era a vez do Apokalyptic Raids, um power trio dos mais barulhentos que já escutei. Som pesado, sujo, esporrento totalmente oldschool , um death/black metal de raiz na linha do Celtic Frost. Lindo. Destaque para I`m a Metalhead com sua levada rock`n roll, um clássico, e a perturbadora Tyrant Emperor com seu andamento arrastado, peso mastodôntico e clima claustrofóbico. Outro detalhe interessante foi a timbragem dos instrumentos, especialmente da guitarra, bem semelhante à que os caras usam em estúdio, ou seja, timbres peculiares e bem oldschool. A banda tem vinte anos nas costas (putz) e você não encontra muita gente fazendo esse tipo de som atualmente. Excelente banda.
Era a hora do Hicsos fechar a noite, já que o show do Imago não ocorreria. O Hicsos é uma velha conhecida da galera, que agitou bastante, e seu novo cd está tendo uma excelente aceitação . Thrash metal com algumas pitadas de hardcore dão um toque especial nessa banda. Show energético com ótima presença de palco, especialmente do baixista e vocal Marco Anvito. A galera agitou bastante abrindo roda, dando mosh, cantando as músicas, bangeando, etc. Várias porradas em forma de música foram mostradas, mas o maior destaque foi para Pátria Amada com a galera cantando a letra e se matando de pular. O Hicsos está num excelente momento e com bastante visibilidade na mídia nacional aparecendo em várias revistas de metal e sendo esse mês destaque numa das maiores revistas de guitarra do Brasil. Parabéns aos caras, eles merecem. Ótimo show.
Bom, terminando as apresentações era hora do público e dos jurados votarem. Após alguns minutos de tensão é anunciada a banda vencedora: Prophecy, que vai para São Paulo disputar com mais catorze bandas. E não será nada fácil, mas se quer mole, senta no colo do Papa. Aconteça o que acontecer a realidade da banda já mudou pra melhor. Boa sorte motherfuckers! E parabéns a todas as bandas que participaram. Sem política nenhuma (e vocês não sabem o tamanho da minha sinceridade), vocês estão entre as melhores bandas do Brasil e já têm carreiras sólidas no underground. Continuem na batalha e nos dando orgulho.
O apresentador Adam subiu ao palco e anunciou o aniversario de Felipe Lameira que junto com ele idealizou a RMW, uma das produtoras do evento. Parabéns ao cara e aposto que esse evento foi o melhor presente que ele poderia ter ganhado. Ele e todos nós, headbangers cariocas.
O apresentador Adam subiu ao palco e anunciou o aniversario de Felipe Lameira que junto com ele idealizou a RMW, uma das produtoras do evento. Parabéns ao cara e aposto que esse evento foi o melhor presente que ele poderia ter ganhado. Ele e todos nós, headbangers cariocas.
10 comentários:
ÓTIMA Resenha e realmente a noite foi um presente pra todos q compareceram!!!
Mas que beleza não é o heavy metal carioca! E que beleza não é este blog, oh meu Deus!
Memorável esse dia. Com eventos como esse, tá cada vez mais difícil reclamar da qualidade dos shows no Rio. Melhor mesmo só se tivesse o show do Imago. Por isso, "César Maia, vai tomar no cú"
Olá galera, aqui é o ALEX VOORHEES, do IMAGO MORTIS. Fiquei sensibilizado (no bom sentido, viu? sem emo, rs) ao ler essa matéria. Podem ter certeza que a minha vontade de estar presente era tamanha que quase fui fazer o show assim mesmo, porém, por sorte e graças a compreensão tanto dos músicos quanto da EQUIPE RMW e o também pela DÉBORA (minha namorada, que praticamente me trancou dentro de casa, rs) eu fiquei relax em casa... acreditem, amigos, passei um sufoco danado. Essa doença engana... Achei que estava bem,meu ultimo exame de sangue (havia feito na sexta) acusava 77 de plaquetas (o mínimo era 100) e a doutora me disse que era para ficar de repouso, nada de show... mas eu sou METAL, NÉ POVO...Queria porque queria me recuperar e fazer o show, era o quinto dia de dengue(e o mais perigoso). Acordei meio tonto,com gosto de sangue na boca no domingo mas queria fazer o show pois não estava sentindo dores e a febre tinha baixado. Mas graças aos anjos, eu não fui. Para minha surpresa,segunda feira qdo fiz novo exame,minhas plaquetas haviam baixado ainda mais, para 24!!!! Tive que ser internado em um hospital e até q nesse ponto não posso falar mal do sr. César Maia pois tive sorte,o HOSPITAL DE ACARI, novinho em folha, foi show de bola. Minhas plaquetas ainda chegaram a baixar ainda mais, para OITO!!! Porém, graças ao SORO e ao repouso constante e boa comida, consegui me recuperar aos poucos e agora me sinto melhor. Minhas plaquetas aumentaram para 79 e eu tive alta. Estou ainda me recuperando mas estou 80%, galera. Eu agradeço ao apoio, de coração, e prometo que assim que possível, de preferencia rápido, a gente faça esse show pois o GRITO DE DOOM está entalado na garganta! Esperamos retribuir o carinho no palco e, aí sim,fazer um show 100% IMAGO MORTIS!!!
Obs.: Parabéns ao Prophecy pela vitória, eu queria ter assistido aos shows, para mim qualquer banda que ganhasse seria uma vitória do RJ pois todas são excelentes!
Abraços a todos
Stay Doom!
ALEX VOORHEES - Imago Mortis
o)+
esse cara do imago mortis eh uma bicha... lembro a vez q o cara veio ate sao paulo e naum tinha o menor respeito pela cidade e pelos paulistas... verdadeiro babaca! tipico carioca que se acha o melhor
ainda bem que naum estava no show, senaum tinha partido sua cara no meio!
então por que vc não vai pra são paulo tomar um suco de caju... ai vc aproveita a rima e vai tomar no seu cú!!!!!!!!!
Pontos para o vocalista. Paulista tem mais é que ser desrespeitado mesmo! Olha o post do cara!!! Merece!!! kkkk
é isso mesmo... e se vc quer partir a cara de alguem, não vai ser como anônimo em um blog seu nerd criado a leite com pera...
e não esqueça de tomar no cú. como já foi dito ...
Caraca, que mentira. Se querem denegrir a imagem de alguém, usem a verdade como argumento e não mentiras. Nunca falei mal da cidade. Vcs estão me confundindo com outra pessoa. E, além do mais, não sou carioca, sou do Sul e não desrespeito lugar algum, não sou bairrista e detesto esse tipo de postura. Nunca falei mal dos paulistas, pelo contrário, sempre falei bem.
Que vergonha esse tipo de situação, heim? Querem denegrir, usem arguementos verdadeiros.
Stay TRUE!
calabouço heavy e rock bar
fala galera, gostaria de agradeçer ao apoio que vcs me deram e gostaria tb de dizer que em poucos meses estara aberto na felipe camarao na tijuca pertinho da praça vanhargem( antigo manoel e joaquim) o CALABOUÇO heavy e rock bar, quero fazer o bar referencia do estilo para quem curte todas as tendencias do rock e heavy metal.
espalhem a noticia para todos os headbangers e a medida que as obras forem acontecendo, manterei todos informados..
o metal nunca vai morrer..........
marcelo perelo...................
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