sábado, 26 de abril de 2008

Opinião: Sobre a Cena

Por Luis "Carlinhos" Carlos

Eu acho a palavra “Cena” muito limitada quando falamos de Rock (o Metal é mais uma forma de fazer Rock, assim como é com o Punk, o Pop e por aí vai) e assim, parece que as pessoas são obrigadas a ter que se enquadrar num círculo de pessoas e/ou amizades (?) e daí se impor a diversas regras e gostos. Pra mim Rock é diversão, a Música está em primeiro lugar e sempre a tive como uma maneira de manifestação pessoal, seja na alegria, na tristeza, na raiva, etc. Pra isso existe a diversidade musical, pois muitos estilos se caracterizam justamente por isso, pela “emoção” (não é Emo, falo em relação à música, não por um modismo tolo como esse) que elas passam para pessoa que ouve. Ainda mais pra um sujeito eclético como eu, um apaixonado por música em todos os sentidos que se envolve em muitas coisas relacionadas a ela e que tem na música um modo de vida.

Acho importante cada um fazer sua parte, mas que haja nessa ação muito amor pelo que faz, e isso eu vejo no Blog ARISE, de pessoas que se uniram para construir algo pelo Heavy Metal, existe um senso comum de que todos os envolvidos gostam da música pesada (independente do estilo) e que o mesmo serviu de manifestação para tal. Eu jamais faria parte de algo que “castre” meus pensamentos e nem seria mentiroso com alguém, e pior, ser mentiroso comigo, pois se estou tendo espaço aqui para expor minhas idéias, é porque há um senso comum, e melhor, respeito, uma palavra tão esquecida por alguns fãs do estilo que usam, principalmente, do Orkut uma forma pra denegrir a imagem de alguém. Eu tive recentemente a experiência de passar por um Webzine e sair dele por divergência, pois os mesmos não divulgavam uma banda por considerá-la New Metal (o que nem acho que seja), mas acho que não há errado e certo nessa história, eles têm o direito de divulgar o que quiserem e eu, o direito de fazer parte ou não, o que não posso fazer é trair a mim mesmo e continuar em algo que priva meus pensamentos. O detalhe é que eu nem sou fã do New Metal, mas eu respeito, aliás, não gosto de banda por estilo, gosto pela banda e se for New ou não, o que interessa é meu gosto musical, pois compro Cd, Vinil, Dvd, etc. com meu dinheiro e não devo satisfação pra mingúem quanto ao que eu gosto e deixo de gostar. O importante é que a amizade continua e uma boa conversa e respeito resolveu tudo, somos grandes amigos até hoje e vida que segue.

Mas sendo o “ARISE”, um Blog exclusivamente de Heavy Metal, não vou falar aqui de minhas preferências musicais fora do estilo, e sim citar algumas coisas que acho sobre o Metal. Uma coisa que sinto falta aqui no Rio e que vejo mais em outros Estados, pelo menos o que eu pude conferir enquanto músico da Banda Statik Majik, foi que aqui no Rio ainda se dá muito valor pra Sub-Divisões no Metal. Eu sei bem que isso não é muita novidade e que também tem fora do Rio, mas acho que isso foi um fator negativo para o crescimento do Metal em geral, já que as pessoas passaram a subdividir seu gosto musical também e pra mim esse papo de fulano que diz: “Eu só curto isso, eu só curto aquilo”, é papinho de modista, de pessoas que ou vão ter que evoluir ou vão sair fora logo, ou mesmo, não curtem nada, querem mesmo é só aparecer. Também acho que falta essa iniciativa dos promotores de eventos daqui e que o fato de falarem: “fazemos isso porque o público quer isso” é ilusão, poxa, qual a graça de se fazer algo quando não nos desafiamos de vez em quando? Em que se baseiam pra dizer isso, ora bolas, vão e façam. Nas poucas vezes que eu tenho visto isso acontecer, caso do Parayba Rock Fest (em que eu mesmo toquei num evento que tinha bandas Punks e tudo correu numa boa), no Battle (tocaram bandas de Melódico, Thrash, Black, Death, etc), eu percebi que tudo rolou normalmente. Aliás, falando em Black, Death e Thrash é até engraçado, já que são nesses estilos extremos onde reside um grande mal (que coincidência) entre os fãs do Metal chamado: “Radicalismo”, pois no começo dos Anos 90, o radicalismo era total e quem curtia Black falava que Thrash era som da moda, que não permitiriam Stage Dive, etc (quem viveu MESMO o Garage nessa época, por volta de 92, 93... sabe o que tô dizendo, pois hoje ir ao Garage significa estar na Rua Ceará perambulando por lá), mas aí te pergunto: Onde estão os radicais hoje? muitos morreram, outros viraram evangélicos, etc. e o Carlinhos, que sempre freqüentou esses eventos e levou tudo na diversão, que sempre curtiu a banda que gostava independente do estilo taí até hoje. Eu vi de perto brigas hilárias, discussões bizarras, pois eu conhecia ambas as partes e participava de Fanzines na época (um bem radical até chamado Carnage Zine). Radicalismo é um Câncer no Metal. Vamos misturar, vamos nos divertir, E ACIMA DE TUDO: RESPEITO, pois assim o metal será bem melhor !!!

5 comentários:

Anônimo disse...

Grande texto Carlinhos. Concordo com vc, as divisões dentro do metal contribuem um pouco para o enfraquecimento do movimento, e principalmente a questão do radicalismo.

Parabéns pelo texto, e parabéns tb ao Arise pelo trabalho.

Anônimo disse...

Novo colaborador? Legal.

Anônimo disse...

bom ler um texto de quem realmente entende do negócio, um grande aprendizado.

Marcelo Dias

Anônimo disse...

Achei bacana o texto do Carlinhos, legal saber um pouco da história antiga da cena.

beijocas

Anônimo disse...

hehehe carlinhos sempre com histórias divertidas par contar, muito legal. abraço camarada