domingo, 19 de agosto de 2007

CD Review: Barros - Gemini


Barros – Gemini
Gravadora: Hellion

Por Artur Henriques

Barros é um projeto capitaneado pelos irmãos Luís e Paulo Barros (baterista e guitarrista respectivamente), que são também os líderes da banda portuguesa Tarântula (provavelmente a mais antiga banda lusa de Heavy Metal ainda em atividade e uma das mais importantes).

O baixista José Baltazar (ex-Tarântula) e o vocalista brasileiro Rafael Gubert (da banda Akashic) também integram o projeto Barros. Além disso o álbum conta com a participação do guitarrista alemão Tommy Newton (seja fazendo solos ou mesmo guitarra base) em várias músicas, assim como o baixista José Aguiar (Tarântula) e do guitarrista Marcos de Ros (Akashic). É de se destacar que todos eles e mais alguns outros indivíduos colaboram com as composições e letras das músicas, fazendo com que o projeto Barros seja muito mais do que apenas uma empreitada dos irmãos portugueses.


E o que podemos esperar desse projeto? Nada mais nada menos que um Heavy Metal tradicional bastante puxado para o Hard Rock (ou o contrário se preferir). O CD começa muito bem com a dobradinha “Escape From The Lies” e “Guardian Angel” (que possui um refrão de melodia marcante).


Algo que chama a atenção logo no início são os vocais de Rafael, que estão muito mais interessantes do que eu pude ouvir com a banda de Prog Metal Akashic, estando estes muito mais “vivos” no álbum Gemini. Apesar dele não ter uma voz muito potente sabe utilizá-la muito bem em favor das músicas que interpreta.


A partir da terceira faixa (“The Blink Of An Eye”) o álbum começa a perder fôlego. Não que a música seja ruim em si mas não apresenta o mesmo vigor que as anteriores. O álbum ainda guarda alguns bons momentos, como o duelo de guitarras entre Marcos e Tommy na música “The Half Of Me”.


A produção do CD (feita por Luís Barros) é boa, mas fiquei incomodado com o timbre escolhido para a bateria, que se comparada com as guitarras ficou com o som muito “magro”. Talvez o objetivo fosse justamente evitar que as músicas ficassem excessivamente pesadas, mas acredito que acabou por não valorizar as linhas de bateria.


Em suma, Gemini é uma boa pedida para os amantes do Hard’n’d’Heavy, mas acredito que para os ouvintes casuais esse álbum irá soar demasiadamente dispensável.

Nota: 7,0.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Classic Album: Stryper - Hell With The Devil

Na sessão Classic Albums pretende-se homenagear as obras que merecem ser relembradas. Aqueles álbuns que consideramos fundamentais para os ouvintes de Heavy Rock...




Stryper - Hell With The Devil

por Wesley Rodrigues

O Stryper, assim como várias bandas de Hard Rock, teve o seu auge nos anos 80. To Hell With The Devil faz parte da boa fase, tendo sido lançado em 1986 e alcançado disco de platina em 1988. A banda, que é provavelmente o maior nome do White Metal, retomou suas atividades há pouco tempo, depois de ficarem parados durante os anos 90. O retorno e o lançamento do disco Reborn (2005) lhe garantiram algum espaço nas revistas especializadas (principalmente na Roadie Crew, onde eles parecem ter bons fãs). Os fãs dessa banda não são lá muito numerosos por aqui, mas são bem apaixonados: um amigo meu já me contou que em algumas vezes em que saiu com uma camisa que tem o logo do Stryper, algumas pessoas o abordaram com bastante entusiasmo, e algumas até de forma escandalosa! Eles estiveram no Brasil, se eu não me engano, ano passado e, só para variar um pouco, não passaram no Rio de Janeiro. É nesses momentos que vem a cabeça que morar em São Paulo seria mais interessante. Mas é só lembrar do buraco do metrô, das enchentes, do engarrafamento, dos seqüestros que esse pensamento idiota passa.

Pessoalmente, trata-se de uma banda muito especial porque inclui no seu time um dos meus músicos favoritos dentro do rock, Michael Sweet. O cara é completo. Além de ter uma voz excelente (seria exagerado dizer que ele está à altura de um Kiske?), ainda é um puta guitarrista. Os solos de Free e de More Than a Man não vão me deixar mentir.

E a excelência deste trabalho não para por aí. Sing-Along Song é uma música muito gostosa de ouvir e impossível não cantarolar o refrão. O mesmo pode se dizer da faixa-título onde os vocais são um show à parte. The Way é um outro momento forte com um riff mais rápido, que inclusive faz lembrar uma música do “Stratochatus” da qual o nome me escapa agora. To Hell With The Devil ainda inclui duas baladas que poderiam muito bem estar na trilha sonora de qualquer novela (como, de fato, já aconteceu com I Believe In You -1988-). Enfim, trata-se de um cd de Hard com linhas vocais bem melodiosas e um trabalho de guitarras primoroso.

Ouvindo outras obras como Soldiers Under Command e In God We Trust fica difícil entender porque o Stryper não é uma referência maior. Enfim, To Hell With The Devil é um disco que eu recomendo fortemente para os fãs de Hard. Pode ir sem medo.

To Hell With the Devil (1986)
Gravadora: Enigma (Relançado pela Hollywood Records)
Produção: Stephan Galfas, Michael Sweet, Robert Sweet e Oz Fox
Line-up: Michael Sweet (vocal e guitarra), Robert Sweet (bateria), Timothy Gaines (baixo) e Oz Fox (guitarra)

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Apenas o começo...

E eis que depois de infindáveis atrasos e incontáveis prorrogações, o “metal-blog(zine)” Arise! ganha a luz do dia.

Desde de que eu comecei a ouvir Heavy Metal há alguns anos atrás, eu não poderia imaginar que estaria hoje tentando montar um blog para tratar desse gênero musical ao lado de alguns amigos. Os caminhos da vida que me levaram até esse ponto e me inspiraram são um bom primeiro passo para esse primeiro editorial (que espero seja sucedido o mais breve possível por outros tantos).

Acredito que a primeira grande inspiração seja o coletivo Rio Metal Works. Quando comecei a ter contato com o trabalho desenvolvido por eles (que produzem constantemente shows no Méier e também mantendo um site destinado a divulgar a cena Hard´n´d Heavy carioca) eu não percebi o quão influenciado eu estava sendo, e paulatinamente fui me tornando cada vez mais fã deles. Mas, por outro lado, sempre fiquei com a sensação de que seria necessário um veículo carioca dedicado ao gênero, e que não se limitasse a falar apenas de bandas daqui, mas de qualquer parte do Brasil (e do mundo); e que também não estivesse atrelado ao peso de produções de shows, que com certeza necessita de grande atenção a quem se propõe a fazê-lo.

Logo depois acabei por ter contato com o trabalho desenvolvido pelo grupo de estudantes da faculdade de história da Universidade Federal Fluminense dedicados a criar uma revista feita por (e para) estudantes: “A Roda”. Insólito exemplo esse escolhido por mim para apontar como influência, não? Mas explico melhor: ao ter contato com a revista pude perceber uma das maiores filosofias de vida do século XXI mas que eu ainda não tinha percebido: “faça você mesmo”, não espere que outros tomem a iniciativa, tente contribuir também. E, mais do que isso, me ensinou o poder e a capacidade de conquistas que o trabalho coletivo pode propiciar, nos mais variados níveis.

E por último, e não menos importante, devo apontar o contato que eu passei a ter com o cenário Heavy Metal lusitano. Agora é que você não entendeu nada, né? Então me deixe explicar mais uma vez: através de meus parentes daquele lado de lá do Atlântico e de meus correspondentes, que eu possuo, passei a ter contato com a cena underground “além-mar” (sumariamente ignorada pela maior parte de nós aqui no Brasil) e notei algo interessante. É que lá, ao contrário daqui, proliferam os blogs (dos mais variados tipos) em detrimento dos sites. Enquanto aqui abundam sites (muitas vezes mal projetados e com raras atualizações) lá se cultiva uma grande quantidade de blogs (que eu diria apesar de simples são eficientes e atualizados com freqüência). Talvez a grande diferença da minha proposta para o que acontece em terras lusas é o fato de eu buscar uma ação coletiva, não um blog de um indivíduo apenas.

O curioso é que essas três referências têm um aspecto em comum: pequenos atos podem provocar grandes efeitos, e é nessa confluência de experiências que eu procuro localizar o blog “Arise!” (que por pouco não foi batizado de “Fireworks”...): uma proposta de ação coletiva, feita por amigos dedicada a falar sobre a cena Hard´n´d Heavy (em suas mais variadas vertentes) como também para gêneros musicais próximos (como o Punk Rock, o Hardcore e o rock progressivo).
As seções do blog serão criadas aos poucos e esperamos começar a publicar nossos primeiros artigos o mais rápido possível. Agora é correr contra o tempo perdido...

Abraços,
Artur Henriques