Nota: Esse review foi originalmente escrito na forma lusitana da língua portuguesa. O blog Arise! optou por manter dessa forma no intuito de preservá-lo como foi concebido.
King Diamond - The Puppet Master
Por PhiLiz
Introdução
Que não reconhecer imediatamente o nome mencionado acima, pode parar de ler. Isso. Agora, ou vão imediatamente à procura de álbuns de King Diamond ou então podem ir enfrascar-se com bandas de Metalcore da pior qualidade.
Quem começou a cantar sadicamente "Abigail..." sabe perfeitamente que se fala de um dos maiores e mais influentes músicos de Metal. Uma personagem transversal a géneros, portadora de um consenso peculiar face à enorme diversidade de sonoridades que cada trabalho seu alberga.
É redundante (e desnecessário, porque deveria ser cultura geral) estar aqui a dizer o quão brilhante é a sua carreira a solo ou o seu trabalho seminal com Mercyful Fate. Não se fazem elogios à carreira de King Diamond. Vai-se ouvir os álbuns e começa-se a tentar - inutilmente - cantar em falsete.
Chega de história. Kim Bendix Petersen é dono de uma das mais peculiares e fenomenais vozes dentro do panorama metaleiro. Mas não é só. A criatividade lírica, a imaginação para pintar sombrias e emotivas paisagens em forma de notas musicais e ainda a colaboração do brilhante guitarrista Andy LaRocque fazem de qualquer álbum de King Diamond uma experiência única.
The Puppet Master não é excepção. Como é hábito na banda, temos um álbum conceptual. Neste caso à volta de... claro, fantoches. Intrigante...? POUCO BARULHO!
Let The Show Begin
Introdução
Que não reconhecer imediatamente o nome mencionado acima, pode parar de ler. Isso. Agora, ou vão imediatamente à procura de álbuns de King Diamond ou então podem ir enfrascar-se com bandas de Metalcore da pior qualidade.
Quem começou a cantar sadicamente "Abigail..." sabe perfeitamente que se fala de um dos maiores e mais influentes músicos de Metal. Uma personagem transversal a géneros, portadora de um consenso peculiar face à enorme diversidade de sonoridades que cada trabalho seu alberga.
É redundante (e desnecessário, porque deveria ser cultura geral) estar aqui a dizer o quão brilhante é a sua carreira a solo ou o seu trabalho seminal com Mercyful Fate. Não se fazem elogios à carreira de King Diamond. Vai-se ouvir os álbuns e começa-se a tentar - inutilmente - cantar em falsete.
Chega de história. Kim Bendix Petersen é dono de uma das mais peculiares e fenomenais vozes dentro do panorama metaleiro. Mas não é só. A criatividade lírica, a imaginação para pintar sombrias e emotivas paisagens em forma de notas musicais e ainda a colaboração do brilhante guitarrista Andy LaRocque fazem de qualquer álbum de King Diamond uma experiência única.
The Puppet Master não é excepção. Como é hábito na banda, temos um álbum conceptual. Neste caso à volta de... claro, fantoches. Intrigante...? POUCO BARULHO!
Let The Show Begin
Alinhamento
01. Midnight
02. The Puppet Master
03. Magic
04. Emerencia
05. Blue Eyes
06. The Ritual
07. No More Me
08. Blood To Walk
09. Darkness
10. So Sad
11. Christmas
12. Living Dead
Ano 2003
Editora Metal Blade (nota: para os EUA e Europa)
Faixa Favorita 10. So Sad
Género Heavy Metal
País Dinamarca
Banda
Andy LaRocque - Guitarra, Teclados
Hal Patino – Baixo
King Diamond [Kim Bendix Petersen] - Voz, Teclados
Livia Zita - Outras Vozes
Matt Thompson – Bateria
Mike Wead – Guitarra
Review
Eu não gosto de álbuns conceptuais. Geralmente são aborrecidos, excessivamente longos, presunçosos, pouco emotivos e as histórias não são grande coisa. Mas mais importante que tudo, relegam o facto da banda estar a tentar fazer boa música para um plano demasiado secundário, isto é, torna-se mais importante o conceito do álbum do que propriamente fazer boa música. Isso enfada-me profundamente.
No entanto, há sempre excepções. King Diamond é brilhante e parte desse brilhantismo advém do facto dos seus álbuns serem conceptuais. Esta particularidade, no meu caso, ainda gera maior devoção aos trabalhos da banda, uma vez que se revela uma excepção a uma regra quase nunca quebrada.
Em The Puppet Master temos a morfética história começada na mística cidade de Budapeste no século XVIII, durante a época natalícia. A personagem principal, baptizada apropriadamente de 'Unfortunate Man' vai a um teatro para assistir a um espectáculo de marionetas. Ai, após o espectáculo, conhece 'Victoria', pela qual se apaixona de forma quase mágica. O sentimento é correspondido e os dois iniciam uma relação. Um dos seus interesses comuns e que fomenta a relação é precisamente o gosto por fantoches. Passa um ano desde estes acontecimentos e a relação vai correndo maravilhosamente até que um dia 'Victoria' vai de novo ao teatro dos fantoches e desaparece...!
Vou parar a narração da história-conceito do álbum. Não quero estragar o prazer a quem poderá ainda ir ouvir o álbum de acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.
Adianto apenas que o resto da história é brilhante e completa (sendo reciprocamente completada) na perfeição a música. Musicalmente este álbum está ao nível de obras primas como Abigail e Them. A produção? Os pormenores são mais que audíveis e tudo está sublimemente colocado, por isso nada a dizer.
Destaque mais que óbvio para a voz "multi-facetada" de King Diamond. Conforme as personagens vão variando assim o tom de voz. Desde o seu famoso falsete aos tons mais graves e agressivos, assistimos a mais um espectáculo do que penso ser "A" voz de Heavy Metal. A capacidade de transmitir sentimentos é assombrosa. A voz aqui é utilizada como um verdadeiro instrumento. Aliás, é o instrumento de mais relevo.
Andy LaRocque surge ao melhor nível. Solos fenomenais e cheios de expressividade formam a simbiose perfeita com uma atmosfera de terror que se quer presente.
Dois pormenores também dignos de menção. Uma das marcas mais distintivas entre o trabalho a solo de King Diamond em relação a Mercyful Fate é o uso mais pronunciado de teclados no projecto em "nome próprio". Aqui não é excepção. Seja para criar um ambiente fantasmagórico, mais alegre ou mais triste, os teclados são sempre bem demarcados e destacam-se em várias faixas do álbum como por exemplo em Blue Eyes ou So Sad.
Por último, uma surpresa. O uso de uma voz feminina em vários momentos dá um toque mágico e refrescante à personagem de 'Victoria', bem como adiciona um elemento mais de interesse ao álbum.
Na generalidade o álbum faz é capaz de fazer algo que muito poucos conseguem. Além de se centrarem numa história (de terror) interessante conseguem adoptar os acontecimentos da história e a parte musical a várias emoções humanas, sejam elas a raiva, a tristeza, a perda, ou quaisquer outros que desfilam neste "show" de King Diamond.
Sendo um álbum conceptual é essencial ser ouvido de seguida e como uma peça só. No entanto, os lamentos tristes dos teclados e as vozes em So Sad tornam a décima faixa a minha preferida do álbum.
Conclusão
Se necessário fosse o álbum poderia ser sintetizado em três palavras: "É King Diamond". A partir daqui toda a grandiosidade inerente à banda estaria resumida. Durante quase uma hora o desfilar de grandes temas e episódios de histórias vai deixar o ouvinte exausto... mas incrivelmente satisfeito.
Após vinte anos a lançar material de excelência, King Diamond parece não abrandar. Enquanto a imaginação o permitir, parece que o mundo vai ser bombardeado com lançamentos de uma qualidade superior. Ninguém se cansa disso, por esse motivo, só temos que agradecer ao dinamarquês satânico e à sua banda.
Eu não gosto de álbuns conceptuais. Geralmente são aborrecidos, excessivamente longos, presunçosos, pouco emotivos e as histórias não são grande coisa. Mas mais importante que tudo, relegam o facto da banda estar a tentar fazer boa música para um plano demasiado secundário, isto é, torna-se mais importante o conceito do álbum do que propriamente fazer boa música. Isso enfada-me profundamente.
No entanto, há sempre excepções. King Diamond é brilhante e parte desse brilhantismo advém do facto dos seus álbuns serem conceptuais. Esta particularidade, no meu caso, ainda gera maior devoção aos trabalhos da banda, uma vez que se revela uma excepção a uma regra quase nunca quebrada.
Em The Puppet Master temos a morfética história começada na mística cidade de Budapeste no século XVIII, durante a época natalícia. A personagem principal, baptizada apropriadamente de 'Unfortunate Man' vai a um teatro para assistir a um espectáculo de marionetas. Ai, após o espectáculo, conhece 'Victoria', pela qual se apaixona de forma quase mágica. O sentimento é correspondido e os dois iniciam uma relação. Um dos seus interesses comuns e que fomenta a relação é precisamente o gosto por fantoches. Passa um ano desde estes acontecimentos e a relação vai correndo maravilhosamente até que um dia 'Victoria' vai de novo ao teatro dos fantoches e desaparece...!
Vou parar a narração da história-conceito do álbum. Não quero estragar o prazer a quem poderá ainda ir ouvir o álbum de acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.
Adianto apenas que o resto da história é brilhante e completa (sendo reciprocamente completada) na perfeição a música. Musicalmente este álbum está ao nível de obras primas como Abigail e Them. A produção? Os pormenores são mais que audíveis e tudo está sublimemente colocado, por isso nada a dizer.
Destaque mais que óbvio para a voz "multi-facetada" de King Diamond. Conforme as personagens vão variando assim o tom de voz. Desde o seu famoso falsete aos tons mais graves e agressivos, assistimos a mais um espectáculo do que penso ser "A" voz de Heavy Metal. A capacidade de transmitir sentimentos é assombrosa. A voz aqui é utilizada como um verdadeiro instrumento. Aliás, é o instrumento de mais relevo.
Andy LaRocque surge ao melhor nível. Solos fenomenais e cheios de expressividade formam a simbiose perfeita com uma atmosfera de terror que se quer presente.
Dois pormenores também dignos de menção. Uma das marcas mais distintivas entre o trabalho a solo de King Diamond em relação a Mercyful Fate é o uso mais pronunciado de teclados no projecto em "nome próprio". Aqui não é excepção. Seja para criar um ambiente fantasmagórico, mais alegre ou mais triste, os teclados são sempre bem demarcados e destacam-se em várias faixas do álbum como por exemplo em Blue Eyes ou So Sad.
Por último, uma surpresa. O uso de uma voz feminina em vários momentos dá um toque mágico e refrescante à personagem de 'Victoria', bem como adiciona um elemento mais de interesse ao álbum.
Na generalidade o álbum faz é capaz de fazer algo que muito poucos conseguem. Além de se centrarem numa história (de terror) interessante conseguem adoptar os acontecimentos da história e a parte musical a várias emoções humanas, sejam elas a raiva, a tristeza, a perda, ou quaisquer outros que desfilam neste "show" de King Diamond.
Sendo um álbum conceptual é essencial ser ouvido de seguida e como uma peça só. No entanto, os lamentos tristes dos teclados e as vozes em So Sad tornam a décima faixa a minha preferida do álbum.
Conclusão
Se necessário fosse o álbum poderia ser sintetizado em três palavras: "É King Diamond". A partir daqui toda a grandiosidade inerente à banda estaria resumida. Durante quase uma hora o desfilar de grandes temas e episódios de histórias vai deixar o ouvinte exausto... mas incrivelmente satisfeito.
Após vinte anos a lançar material de excelência, King Diamond parece não abrandar. Enquanto a imaginação o permitir, parece que o mundo vai ser bombardeado com lançamentos de uma qualidade superior. Ninguém se cansa disso, por esse motivo, só temos que agradecer ao dinamarquês satânico e à sua banda.
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