sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

CD Review: Arch Enemy – Rise of the Tyrant




Arch Enemy – Rise of the Tyrant
Gravadora: Hellion Records

Por Wesley Rodrigues

Michael Amott havia dito antes do lançamento que Rise of the Tyrant seria o trabalho definitivo do Arch Enemy. Isso gerou uma grande expectativa. Afinal, eles já emplacaram trabalhos magníficos, se firmando no cenário mundial como uma das principais bandas de Heavy Metal da atualidade. Vários fatores explicam isso. Os vocais de Angela Gossow, por exemplo, são excelentes. E o fato de ser uma mulher bonita cantando gutural ajuda muito a banda em termos de marketing. Mas o Arch Enemy era excelente e conceituado bem antes de ela aparecer e o era por causa – e aqui chegamos ao principal fator – do trabalho de guitarras. Não existe menção ao Arch Enemy sem o elogio dos irmãos Amott. Eles são reconhecidos principalmente pelas melodias marcantes. Os caras detonam em solos como o de Silverwing (1999) e Nemesis (2005). O feeling desses solos não deixa ninguém duvidar de que eles são as duas pessoas mais sensíveis da Suécia (rs).

Brincadeiras à parte, Rise of the Tyrant vem confirmar o que todos já sabiam: Arch Enemy é bom pra caralho. Esse trabalho não mostra grandes variações no som do grupo apesar de ter certa singularidade. Eles continuam competentes, promovendo muito bem aquele binômio que quase toda banda advoga para si: o peso-melodia. No Arch Enemy esses dois elementos estão sempre juntos, indissociáveis e são levados à estratosfera. Em Rise of the Tyrant o quinteto reapresenta a sua fórmula que é marcada pelo contraste entre a brutalidade e a leveza, a velocidade e o vagar. Nesse sentido a faixa “The Last Eneny” é bem emblemática. Em “In this Shallow Grave” Angela tem seu melhor momento, cantando de forma agressiva e doentia. Em “Rise of the Tyrant”, faixa-título, eles tiveram a excelente sacada de incluir uma parte do filme Calígula (é só o audio- que isso seja dito antes que alguma pessoa ache que a cena se fará presente diante dela através das ondas sonoras que saem do rádio) em que o Senado aprova seu projeto de se tornar um deus. Isso cria uma atmosfera que prepara para o riff matador que vem em seguida, um dos mais marcantes do disco. Na instrumental “Intermezzo Liberté” Michael Amott mostra porque é Michael Amott em uma música nada menos que linda. Acredito que os trunfos do disco tenham sido colocados lá no final. São eles as três últimas faixas: “Night Falls Fast”, “The Great Darkness” (a minha preferida) e “Vultures”.

Em suma, o que temos novamente é um trabalho excelente: guitarras afiadas nos riffs e nos solos; performance excelente de Angela; baterista e baixista igualmente impecáveis. Mas daí a concordar com o Amott de que esse seja o seu trabalho definitivo são outros quinhentos. Chamar Rise of the Tyrant de definitivo é subestimar o passado da banda. Acho que não dá para dizer que Rise of the Tyrant é melhor do que, por exemplo, o Wages of Sin. (Mas também nem o contrário.). Particularmente, meu preferido continua sendo o Burning Bridges, de 1999. Discordo, então, de várias resenhas que dizem coisas do tipo “com certeza, o melhor” ou “é um marco para a banda”. Um marco para a banda pode até ser, mas no sentido comercial. Musicalmente, não. Esse status pertence ao Wages of Sin, disco de estréia de Angela. Mas sem dúvida Rise of the Tyrant é mais um passo significativo de consolidação do Arch Enemy como uma das melhores bandas de metal contemporâneas. Que a World Tyranny Tour passe pelo Rio de Janeiro.


Nota: 10

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