terça-feira, 25 de março de 2008

Entrevista: Rio Metal Works - Parte III

Finalmente chegamos ao fim desta odisséia em forma de entrevista. Nesta última parte, Lameira e Adam mostram-se com uma postura muito rígida em relação ao apoio à cena local e às bermudas floridas. Além disso, tratam de assuntos como o site Metal Ground, skinheads, planos para 2008, etc.. Divirtam-se.



ARISE: RMW está com o projeto de lançar o site Metal Ground. No que consiste este site e no que ele difere do atual site da RMW?

Adam: O antigo site tratava sobre o metal carioca e ficava muito esquisito ficar tratando dos eventos da Rio Metal Works ali. Talvez pessoas que poderiam pedir apoio ao site não o faziam porque acham que aquilo ali é panelinha. Então a gente resolveu separar as coisas. O site da RMW hoje só trata das ações da RMW. O site Metal Ground vai tratar da cena underground carioca. O objetivo não é divulgar o mainstream porque já existe a Roadie Crew, o Whiplash e mais um milhão de sites.
A gente tem que escutar bandas do Rio. Nós moramos aqui. Nós não moramos na Alemanha, nem nos EUA. É minha obrigação ouvir as bandas do lugar onde eu moro. Eu vou em um show e encontro essas pessoas, encontro o Neutralis, o guitarrista do Hicsos...

Lameira: Você não tem como encontrar o Kiko Loureiro para discutir sobre os solos dele. Mas no Rio dá para fazer isso. Você pode fazer isso com o Neutralis, por exemplo.

Adam: Nós todos somos a cena.

Lameira: Tem uma coisa que me irrita: quando alguém fala sobre a cena do Rio de Janeiro, tem sempre algum babaca que diz: “Que cena?” É a cena do filme da Sessão da Tarde que você tá vendo, seu filho-da-puta! É claro que tem cena. Ela pode estar uma merda, ela pode ser o banheiro todo mijado do Maracanã. Mas é a cena em que você está. Ela não está boa e você não está fazendo nada para melhorá-la.

Adam: Tem muita gente reclamando mas você não vê esses filhas-da-puta em show nenhum!

Lameira: (risos) Eu já vi o Adam falar isso para um repórter da Rock Press.

Adam: Todo final-de-semana onde tem Heavy Metal, você vai nos encontrar lá. No Parada Obrigatória, no Garage... em todos os eventos. Nós falamos para o pessoal da Rio Metal Works que eles tem que ir para os shows. “Ah, mas tem meu pai e minha mãe...” Não interessa! Tem que ir. Você não pode ir por quê? Por que é longe? Então desiste da cena, meu irmão. Vai vender cachorro-quente! Se você é headbanger, você tem que ir aos shows. Compre os cds das bandas, compre as demos e vá aos shows.

Arise!: Em Minas, São Paulo e Rio Grande do Sul existem sites e revistas que fazem com que a cena de lá se movimente e no Rio de Janeiro esse tipo de coisa estava meio morta....

Adam: Qual é o zine que você tem no Rio de Janeiro? Qual é o site que você tem no Rio de Janeiro? Tem o Metal Zone do Felipe. Mas o problema é que ele é muito ocupado e é sozinho praticamente. Tem o Rock Underground e a Rock Press só que eles não se dedicam totalmente ao Heavy Metal. Por isso vai existir o Metal Ground para apoiar o underground. Esse é o objetivo do site. A Andréa Pietro da Ocean Soul vai ser a editora-chefe. É ela que vai dar as diretrizes do site.

Arise: Quais são os principais planos da RMW para 2008?

Lameira: A RMW chegou em um ponto em que precisa se diversificar. Até porque ela não é só uma produtora. A gente vai começar a agenciar bandas. No início, só serão quatro. Nós não temos condições de trabalhar com mais.

Adam: Tem o agenciamento de bandas, o site Metal Ground, o aprimoramento do novo site da RMW que já está no ar , a diversificação dos eventos para outros lugares, trazer mais bandas de fora do Estado...

Lameira: E a segunda edição do Aliança Negra. Nós queremos trazer novamente uma banda de fora.

Adam: E se tudo der certo, nosso primeiro Open-Air.

Lameira: Nós não sabemos se vai rolar em 2008. Eu acho que não. Acho que só em 2009.

Adam: Quando eu fizer um Open-Air, eu posso morrer.

Lameira: É um sonho que a gente tem. (...) Mas é chato ver que tem tanta gente querendo atravancar o seu trabalho.

Adam: O Rio de Janeiro é o celeiro dos porcos. Aqui tem muito espírito-de-porco. É muita gente falando merda. E o pior é que são pessoas que falam do que não sabem. São pessoas que nem freqüentam a cena. São pessoas que ficam em casa ouvindo mp3, tomando “ovomaltino”, “tocando punheta” e falando merda no orkut, porra!.

Arise: É engraçado ouvir essas pessoas falarem de São Paulo como se lá fosse El Dorado, mas eles nem acompanham...

Lameira: São Paulo é um pólo mas não é essas mil maravilhas que falam por aí. É que lá existe uma concentração de bandas, gravadoras e revistas. São Paulo soube trabalhar a cena. Sem saber, mas soube. O paulista é mais ativo. Eles são mais ferrenhos. Aqui no Rio, você não vê gente caindo na porrada por causa de banda, por exemplo. E eles também dão porrada em Emo, o que é errado. Você não vai gostar se um crente te bater porque você ouve música do demônio. Isso é perseguição.

Arise: Já tiveram problemas desse tipo em shows?

Adam: Já. No Aliança Negra. Tiveram uns skinheads lá.

Lameira: O Emílson falou para gente ficar de olho porque eles já estavam se indispondo com algumas pessoas do evento. Eu vi um deles indo atrás de um cara. Eu então fui lá com dois seguranças. O cara percebeu que estava sendo seguido e voltou. Eu ouvi ele dizendo para os amigos que deu merda e que aquilo não ia ficar assim não. Quando eu ouvi isso, eu perguntei: “O que é que não vai ficar assim? Vocês três aí, comigo” O cara falou: “Pera aí, pera aí” “Pera aí, é o caralho. Vem vocês três comigo”, aí eu chamei os seguranças e eles disseram: “Peraí, isso é preconceito” (gargalhadas gerais). No meu evento não tem porrada. Se quiserem porrada, nós vamos lá pra fora com os seguranças e vamos sair no braço. Aí chegou o Emílson. O cara disse para ele que era policial e que aquilo não podia acontecer. O Emílson: “Pena que você não estudou para ser coisa melhor. Se você se anunciou como policial, você vai fazer a segurança desse evento.” O cara disse: “Não...que isso...” Depois, ele falou que não era skinhead. O Marcelo (roadie do evento) comentou: “Eu sei que você não é um skinhead. Você só quer tirar onda. Você só veio pra cá porque aqui tem bandinha da Alemanha.”

Arise: Teve uma coisa muito engraçada no orkut: teve um cara que disse que pior do que skinheads era que no Aliança tinha cristãos (gargalhadas gerais).

Adam: Eu não sou satanista mas me amarro em Dimmu Borgir. Como também não sou cristão e me amarro em Metal Nobre.

Lameira: Se você tem uma banda, nada mais justo do que você querer passar sua ideologia através dela. Nós temos a idéia de trazer o Metal Nobre para cá. Eles tem uma das maiores comunidades de bandas do orkut.

Adam: Eles têm mais membros que o Krisiun.

Arise: O que vocês acham da forma como a mídia especializada aborda a cena carioca?

Adam: Acho que a Roadie Crew está se abrindo para isso agora.

Arise: Qual o principal problema da cena carioca atual?

Adam: Falta de compromisso.

Lameira: Eu acho que a atual cena carioca está em metamorfose. Acho que são dois os principais problemas: Primeiro a falta de compromisso do público e das bandas; e segundo a falta de profissionalismo de algumas bandas. Falta orientação para elas. Ás vezes as bandas não se ligam no que tem que fazer. Nós falamos para as bandas: “Vocês deveriam fazer isso.” E elas dizem: “É mesmo?” “Que ‘é mesmo’ o quê, cara! É lógico que vocês tem que fazer isso”. Por exemplo, eu e o Adam conversamos com uma banda grande e no final da conversa eles disseram: “É verdade, a gente descansou.”
Ás vezes, as bandas se acham profissionais mas não são. E os detalhes às vezes fazem muita diferença. A banda faz uma música foda e na hora de apresentá-la em um show, vão que nem uns padeiros. De bermuda...Porra, você vai se apresentar de tênis da Mizuno, bermudinha da Redley. No palco, você está apresentando seu produto. Uma empresa não vai usar um rótulo ruim.

Arise: Vocês já tiveram problemas com bandas de metal se apresentando de bermuda?

Adam: Cara, não me faça essa pergunta porque eu já virei para um maluco e falei: “Assim vocês não tocam no meu evento.”.

Lameira: Podem citar o nome da banda: é o Tesch. Eles chegaram a fazer alguns eventos com bermuda florida! Eu falei para eles que achei o baterista bom, que o vocalista tinha um timbre interessante mas que o som da banda era confuso e achei ridículo eles tocarem Roberto Carlos na abertura do Exodus. Eles perguntaram: “E as bermudas?” Eu já sabia que eles iam perguntar isso. Eu disse: “Nunca mais façam isso” “Mas é que a gente queria apresentar algo diferente” Vai tocar pelado, então! Aquele show do Tesch foi uma merda.

Arise: Mas vocês não acham que pode ser negativo impor um modo de se vestir?

Adam: A questão não é impor. É que existe um público. Imagina que você vai ver Rei Lear no teatro e quando chega lá, está todo mundo vestido de havaiana. Por causa disso, o Tesch se tornou a piada do Rio de Janeiro. Eu falei para eles que não ia botar eles para tocar assim porque isso iria estragá-los e estragar o nome do meu evento.

Lameira: Essa coisa do figurino é uma questão estética. Através do seu visual você está passando uma atitude e uma idéia. A idéia do Heavy Metal é poder, respeito, moral. Como é que eles podem passar isso usando bermuda? Se você conseguir me justificar o por quê da sua bermuda florida, tudo bem. Mas o Tesch nem isso conseguiu fazer. Eles nem conseguiram dizer algo do tipo: “nós estamos com esse visual despojado porque nossa música é despojada.”

Adam: Imagina o Iron Maiden tocando de abadá. Você ia gostar? [Enquanto falava isso, Adam dava socos na mesa. Depois, se levantou da cadeira e começa a imitar o que seria o Iron Maiden nessa hipótese.] (risos)

Lameira: Nós não somos preconceituosos, mas o Heavy Metal é feito de fórmulas. Quem criou a fórmula couro e corrente do Heavy Metal foi o Judas porque o Rob Halford, gay, trouxe a fórmula que os gays pegaram dos motoqueiros.
Por que o André Matos usava aquele tipo de camisa na época do Holy Land? É porque naquele momento, o Angra estava todo voltado para música clássica. Era uma questão de leveza, erudição, porque os eruditos medievais usavam roupas assim. Você pode vir de capacete de melancia, mas você vai ter que justificar aquilo para mim.

Adam: Eu vi o Tesch tocando de bermuda e vi que aquilo não deu certo. Então, eu falei para eles que aquilo não seria legal. Eu não queria que eles fossem criticados porque isso é ruim para eles e é ruim para a cena.

Lameira: No Klash II, a banda Dream Hall tocou Fear of the Dark em ritmo de samba.

Adam: Tinha gente que estava lá na frente e foi embora. Depois eles chegaram para mim e disseram: “Pô, cara, não ficou legal não, né?” Eu disse: “Nunca mais façam isso!” Esse tipo de coisa mata a banda.



Arise: Por que toda luta e esforço pelo metal?

Adam: Existem três fatores. Tem a fidelidade. O Heavy Metal continua com a mesma força da época em que foi criado. Veio o funk americano, onde está o funk americano? Veio o Hardcore, onde está o Hardcore? Tem a questão de visual também. Todo o símbolo do Heavy Metal é um símbolo de poder. No Iron Maiden, é o zumbi que volta da morte como um assassino, como uma múmia. No Splatter, tem o estripador que mata. No Tuatha tem os deuses, os duendes. No heavy épico tem o bárbaro, o guerreiro. Tudo no Heavy Metal é um estilo de poder. No melódico tem o erudito, que fala sobre as belezas do mundo. No power, tem os dragões. Na banda Grave Digger, tem a caveira sentada no trono. Até no Hard Rock que tem a figura do cara pegador: isso também é símbolo de poder. Isso só não tem no Emo, que é o símbolo de merda, que é o do cara lá chorando. O metal é uma coisa que o Sam Dunn fala no documentário Heavy Metal: "Se o metal não te provoca essa envolvente sensação de poder, e não faz com que se arrepiem os cabelos da nuca, talvez, nunca o compreenda. E sabe o que mais? Tá tudo ok. Porque, a julgar pelos 40.000 metalheads que me rodeiam, estamos muito bem sem você.". Cara, se alguém não gosta de heavy metal eu não tou nem aí, que se foda! Deixe viver minha vida que eu deixo você viver a sua.

Lameira: Uma coisa que me deixou muito feliz e uma coisa que eu senti também quando eu assisti o documentário, é que o heavy metal é um estilo sem fronteiras. Você conhece um maluco da Austrália que também gosta do estilo, você vai ter algo em comum com ele. A gente encontrou os caras do Gräfenstein, todo mundo é alemão, nunca tinha visto os caras na vida, no segundo dia eu já tava com uma amizade com os caras que a gente virava a noite conversando. Se você gosta de heavy metal, você vai ter algo em comum com alguém na Bélgica, na França, na Alemanha, na Itália, na República Checa, na Suécia, na Finlândia.

Arise: Vocês não acham que alguém pode curtir heavy metal de uma forma mais desencanada? Vocês acham que a maioria das pessoas é levada por...

Lameira: Toda forma de extremismo é errada, porque toda pessoa levada ao extremismo é uma forma de ignorância. Você ignora seu meio. Por exemplo, o principal estilo que eu gosto é o heavy metal mas nada me impede de gostar de Gonzaguinha, até porque eu, como músico, começo a prestar atenção na composição do cara, a letra, o instrumental. Isso me abre e posso trazer novas influências para o heavy metal.

Arise: Já que vocês citaram o documentário, nós percebemos que atualmente existe em relação ao heavy metal uma tentativa de entender sua relação consigo mesmo e com o mundo. Revistas especializadas tem escrito matérias nesse sentido, teses de doutorado têm sido feitas e até documentários. Por que vocês acham que isso está acontecendo e qual é a avaliação de vocês disso?

Lameira: Para mim isso mostra uma evolução da consciência do Headbanger em relação à sociedade em que ele vive. Mas isso é fruto da globalização, do choque entre culturas. O que aconteceu na globalização é que o mundo tem fronteiras mas não tem. Hoje, por causa da internet, você tem contato com alguém na Alemanha. Você está no Rio de Janeiro, na América do Sul, a mais de doze mil quilômetros, mas hoje em dia essa distância parece que não é nada. E há um choque cultural nisso.

Adam: Vocês não viram o Sepultura lá na Índia?

Lameira: O maluco vem de um país onde tem castas, que é uma coisa totalmente adversa à cultura brasileira, um país com uma porrada de etnias, um país grande pra caralho, uma das maiores densidades populacionais do mundo, e mesmo assim tem headbanger por lá. Então o banger, por natureza, é criterioso. A maior parte dos headbangers tem um nível de escolaridade mais avançada. Então ele pára, ele olha, ele vê esse fenômeno e tenta entender: como é que eu gosto de Iron Maiden e o maluco de outra cultura e de outra etnia também?

Adam: Eu vi o do Sam Dunn e eu tenho o Heavy Metal Louder than Life. O do Sam Dunn é muito bom para quem não conhece nada de heavy metal.

Arise: Ele trabalha com o senso comum, não se aprofunda em nada.

Adam: Não, ele não se aprofunda em nada. Mas se eu não conheço nada do estilo, ele é muito bom. Eu gosto do documentário do Sam Dunn porque a parada dele é dizer porque o heavy metal não é compreendido, por que ele é marginalizado. Ele fala do satanismo, da nota profana...porque a idéia é mostrar porque o heavy metal é marginalizado. Quando vi o documentário eu pensei: “Magnífico!” porque ele atingiu o objetivo. Ele mostrou porque o heavy metal é marginalizado. Mas eu sou headbanger, eu sinto a minha marginalização todo dia. É minha mãe chegar para mim e falar: “Por que você não faz a barba? Por que você não corta o cabelo? (na época em que eu tinha o cabelo grande)”.

Lameira: ou “Como é que você consegue escutar isso?”

Adam: O Louder Than Life não, é um documentário para quem é headbanger. Ele esmiúça a história do heavy metal.

Lameira: Conta fatos curiosos das bandas...

Adam: Inclusive tem uma parte muito engraçada que mostra um maluco numa reunião tipo alcoólatras econômicos. É uma brincadeira. Aí alguém pergunta: “Como você começou?” Aí o maluco responde: “Com os amigos, é sempre com os amigos” (risos) “Qual foi o pior momento da sua vida?” “Quando o heavy metal virou moda!” (risos). Ele escondia a Kerrang! (é a Roadie Crew dos Estados Unidos) dentro de revista pornô. (risos).

Lameira: É socialmente mais aceito comprar uma Playboy do que uma Kerrang na brincadeira do documentário!

Adam: Você ri muito. É o tipo de coisa que se você não é headbanger não vai entender porra nenhuma.

Lameira: Os dois documentários são diferentes na sua proposta. O do Sam Dunn parece muito mais destinado para quem não sabe o que é o heavy metal e quem vive isso.

Adam: As propostas são diferentes mas são ambos dois grandes documentários.

Arise: Como vocês se iniciaram no heavy metal?

Lameira: Eu comecei porque eu já escutava rock clássico desde novo por causa do meu pai. Meu pai era roqueiro e teve banda de rock clássico. Por causa dos rumos da vida, ele teve de abandonar esse tipo de coisa mas ele nunca deixou de ouvir rock. Ele tinha uma pequena oficina no quintal. E ele passava o dia inteiro ouvindo Antena 1. E no Antena 1 passava (por volta de 89, 90, 91) Lynyrd Skynyrd, Beatles, Grand Funk, Genesis, fora quando escutava vinis de Deep Purple e Black Sabbath. Então, eu tenho na minha memória tudo isso. Eu já era ligado nesse tipo de som e no início da minha adolescência minha irmã mais velha começou a andar com um pessoal que era headbanger e tinha um amigo dela que era true. Então ele veio com um walkman e viu que eu comecei a gostar. Então ele disse que ia me emprestar alguns vinis. No dia seguinte, ele apareceu pra mim com o Rust In Peace do Megadeath, ...And Justice For All do Metallica, e Powerslave do Iron Maiden. Largou na minha mão e falou: “ouve isso daí”. Eu escutei aquela porra e pirei. Semana toda ele descarregava vinis na minha mão. Com 14 anos já era headbanger.

Adam: O meu pai escutava rock clássico em casa, se amarrava, escutava muito Steppenwolf, Genesis, Deep Purple mas não gostava do Black Sabbath. Achava muito coisa do demônio. Meu pai era cristão. Eu fui para o Hollywood Rock com ele. E aí eu comecei a escutar o som. Só que aí, adolescente, eu parei. Mas vendo televisão passou o clip do Iron Maiden, foi revelador, cara.

Arise: Qual o clipe?

Adam: Era um do Piece of Mind.

Arise: Deve ser Flight of Icarus.

Adam: A minha família é descendente de ingleses. Então, eu nunca tive dificuldades com o inglês. E eu pensei “caralho, que letra foda!”. Aí depois eu conheci ele (Felipe).

Lameira: Eu com 14 e ele com 15.

Arise: Quantos anos vocês tem agora?

Lameira: Eu tenho 25, vou fazer 26 em abril.

Adam: Vou fazer 27 agora em 18 de fevereiro. [voltando] “Felipe, não tem nada de heavy metal, não?” Aí o Felipe: “Tenho”. Aí ele me emprestou Metallica, Megadeath, Pantera, a porra toda.

Arise: E como vocês se conheceram?

Lameira: Na verdade a gente se conheceu por causa de RPG.

Arise: Última pergunta. As groupies são exclusivamente para as bandas ou os produtores também tem acesso a elas? (risos).

Lameira: Essa pergunta aí complica. (risos). Olha só...as groupies existem sim mas durante o evento nem rola.

Adam: Até porque eu sou noivo (gargalhadas gerais).

Lameira: Mas o Felipe está solteiro (risos). Mas durante o evento não tenho tempo nenhum para isso. Quem deita e rola são as bandas.

Arise: No Backstage?

Lameira: No backstage, a gente não permite isso por questões de segurança. Não porque a gente seja contra, muito pelo contrário. (risos) Por questões de segurança do equipamento, já que equipamento custa dinheiro e nós já ouvimos muitas histórias de extravio de equipamentos. Por isso, a gente tem um controle muito restrito de quem entra e de quem está no camarim. Uma pessoa não identificada no camarim é convidada a se retirar e a mesma coisa no backstage. Agora, se o cara quiser tratar com uma mulher interessada no “trabalho” dele fora do camarim, tudo bem. Já teve banda que agradeceu à gente, dizendo que nunca tinha visto tanta mulher na vida.

Arise: Mas as meninas procuram vocês também?

Lameira: Procuram.

Adam: [pega um dos gravadores e grita] Procuram, mas eu sou noivo. Eu amo minha noiva.(risos)

Arise: Fala o nome dela.

Adam: Aline Gimenes. Nós vamos nos casar. Amor, eu te amo. (risos)

********


Rio Metal Works:

Site – http://www.riometalworks.net/
Fotolog – http://www.fotolog.com/riometalworks
Comunidade no Orkut – http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1966863
Perfil no Orkut - http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=9529214654998789447

23 comentários:

Anônimo disse...

Até que enfim saiu essa terceira parte. Demorou muito mas tudo bem. Ficou bem bacana. Espero que não demorem para publicar outra entrevista.

Unknown disse...

Triologia fodona!!
uhauhauha
mto bom msmo!

Anônimo disse...

trilogia de bobagens, quanto bobagem numa só entrevista

Anônimo disse...

ELES DEVEM SER FÃS DO MASSACRATION COM ESSE LANCE DE BERMUDA AÍ, QUE COISA MAIS RIDÍCULA, SE JÁ NÃOS BASTASSEM IMPOR REGRAS SE CHAM DONOS DESSA BOSTA AQUI.

LUANA

Anônimo disse...

ELES DEVEM SER FÃS DO MASSACRATION COM ESSE LANCE DE BERMUDA AÍ, QUE COISA MAIS RIDÍCULA, SE JÁ NÃOS BASTASSEM IMPOR REGRAS SE CHAM DONOS DESSA BOSTA AQUI.

LUANA

Diego Azevedo disse...

lol

só digo lol

Anônimo disse...

Entrevista foda! Grandes colocações dos dos dois, Adam impagável como sempre!

Longa vida à Tríade!

Anônimo disse...

impagável mesmo, já que parece um papagaio de pirata nos eventos com aquele visual ridículo

Anônimo disse...

O ARISE está de parabéns. Excelente entrevista. Continuarei sempre acompanhando os trabalhos feitos neste blog. Aliás, já pus um link para ele no site da minha banda!;)

Forte abraço, Flaveus van Neutralis
www.flaveusvanneutralis.blogspot.com
www.neutralis.net
www.myspace.com/neutralisband

Anônimo disse...

quanta asneira e quanto puxa saquismo, quanta falsidade nesse meio putz dá náusea

billy

Anônimo disse...

Mais entrevistas!
Consequentemente mais sucesso ao Arise!

Anônimo disse...

BERMUDA NAO PODE , MAS ESSE CHAPEU RIDÍCULO PODE? BANDO DE MOLEQUES QUE COMEÇARAM ONTEM TENTADO SE IMPOR NO CENÁRIO. DOIS PATÉTICOS, DUAS CRIANÇINHAS MIMADAS NO METAL, MAS SE ACHAM VETERANOS E CAPAZES DE FORMAR OPINIÃO.
AGORA QUE GOSTINHO PARA BANDA E VOCALISTAS DE MEEERDA, PUTA HIPOCRISIA, POIS O NEGOCIO É PUXAR A SARDINHA PROS AMIGUINHOS.

MEU NOME É CACETE GROSSO,
SENÃO GOSTOU ME POE NA BOCA E CHUP...

Anônimo disse...

Tá ridículo esse pessoal falar mal do Adam e do Felipe e não dizer quem é.

Mete a cara, porra!

Diz quem é ou pára com esse papinho de gente ressentida.

E vão tomar no cú!

Adam e Felipe, vocês são foda. Não tenho banda e não dependo dos dois pra nada. Falo isso como fã mesmo. O Adam e o Felipe fazem o trabalho deles com competência, dignidade e honestidade.

Anônimo disse...

MOSTRA A CARA VC SEU SEU PEDERASTA PUXA SACO!

EU MOSTREI A MINHA! SOU O CACETE GROSSO E PELO VISTO VC NAO GOSTOU DA MEU COMENTARIO! E QUEM NAO GOSTA QUE ME PONHA NA BOCA E CHUPE !

HA NAO! DESCULPE PEDERASTA PUXA SACO , ESQUECI QUE VC JA CHUPA O DO ADAM E DO PAPAGAIO DE PIRATA DELE. MAS SE FICAR MAIS INDIGANADINHA DENOVO COM QUE TE RESPONDO PARA DE DOCE E POE MEU CACETE GROSSO NA SUA BOCA E CHUP...!

Anônimo disse...

Sobre o lance da bermuda, foi pura babaquice!!!

Pra mim o mais importante do heavy metal ,é o som...A capacidade dos musicos como intrumentistas/vocalistas e a criatividade para criar musica de qualidade...Qdo ouço uma banda pela primeira vez oq vai me fazer gostar ou nao da banda é o som, visual eh totalmente secundario e descartavel!! Gosto do trabalho do Adam e do Felipe e da contribuição deles para a cena, frequento os eventos produzidos pela Triade de Aço que sao de qualidade, agora sobre ficar julgando e rotulando bandas por causa de aparencia, nao tem nada a ver!! o estilo de se vestir nao define se vc eh ou nao um true headbanger!!!Comentario totalmente desnecessario sobre o Tesch, vc pode avaliar os caras com base no som, nas roupas nao isso nao tem nenhuma importancia qdo se é tocado musica de qualidade!!

Anônimo disse...

Respeito o trabalho realizado pela Adam e o Felipe e pela equipe da Rio Metal Works, agora o comentario sobre as bermudas foram totalmente ridiculo e desnecessario digno de uma ditadura militar ou de um governo fascista!!!

Cade a democracia e liberdade de expressa? Nao existe no Heavy Metal? as bandas devem ser avaliadas por sua tecnica e sua capacidade de produzir musica de qualidade

Desde qdo para ser um true headbanger é necessario se vestir como Manowar com suas roupas de couro coladas na bunda!! (nada contra a banda da qual sou grande fan) A questao eh...ha realmente um identidade que une os fans de heavy metal ao redor do globo, mas criar um estereotipo idiota e precoceituoso e um atitude totalmente estupida, cada headbanger eh um individuo e tem um personalidade diferente, vamos criticar tb bruce dickinson por usar uma camisa rosa e aparecer cantando num campo cheio de margaridas durante o clip e holy smoke? Se o Adam acha manero usar aquele chapeu dele de cauboi/indiana jones ou seja la que porra eh aquela manero, e se o cara do tesch acha legal usar bermuda é problema dele!! Oq deve ser avaliado eh a qualidade tecnica da banda e seu som e nao visual, o heavy metal nao pode ser algo tao superficial pra se apegar em coisas futeis como estilo de se vestir!!!

Espero que a Rio Metal Works continue com seus otimos eventos ajudando a fortalecer a cena do RJ mas por favor retirem esse comentario babaca que foi totalmente infeliz, manchando oq foi uma entrevista legal até essa Parte III

Anônimo disse...

TENTEI POSTAR UM MANIFESTO CONTRA OQ FOI DITO NESSA ENTREVISTA NA COMUNIDADE DA RIO METAL WORKS NO ORKUT E FUI CENSURADO, AONDE ESTAH A LIBERDADE DE EXPRESSAO??

AIACOM disse...

Realmente, Fui até a entrevista... E a banda Não toca com BEMUDAS FLORIDAS NO NOSSO EVENTO...

Se vc gosta de coisas desse tipo, OK!
Eles vão tocar em outros evnetos... com suas bermudas... Não nos nossos O espaço está aberto! o nosso evneto NÃO é o Único. E meu nobre.. I´deia era tão ridícula! e até o Própria banda reconehceu tempo depois e parou... de usar as famigerdas bemudas... e vc ai Defendendo... Sendo a própria banda parou co messa atitude...

Outra questão... Seu "Manifesto" só foi deletado pois ele foi postado por um "FAKE" - Não aceitamos nenhum tipo de FAKE na comu da RMW.

Quer fazer seu manifesto, Faça! Valorizamos MUITO quando alguem NÃO CONCORDA com algo (afinal esse é o espírito banger) Porém, ofensas, PICUINHAS E PESSOAS FALAREM ALGO E NÂO TER CORAGEM DE COLOCAR a sua "cara a tapa", não serão compactuados pela equipe RMW.

QUALQUER FAKE NA COMU DA RMW SERÁ DELETADO.

Vai lá com o seu perfil verdadeiro.
E poste TODA a sua INSATISFAÇÃO... Deixe lás eu telefone e vamos conversar pessoalmente. Estamos abertos a qualquer tipo de crítica. Afinal é com a ajuda de todos q podemos transformar esta cena e deixa-la ainda mais forte. Afinal... se vc está certo. Então pra q se esconder?

OK!? meu nobre.

Um abração pra ti se cuide.

Adam Alfred &
Rio Metal Works

Anônimo disse...

O lance da bermuda é algo polêmico mesmo e sem dúvida merece discussão entre os bangers.

Acho muito problemática qualquer tentativa de restringir qualquer comportamento de uma banda seja em termos de som, seja em termos de roupa. Tanto é que no dia da entrevista a posição da rmw foi questionada por nós, mais até do que a nossa edição permite perceber aos leitores (a discussão foi bem maior do que o que está escrito aí).

Contudo, mesmo achando questionável a posição tomada pelos meus amigos e ídolos Adam e Lameira, quero falar algumas coisas aqui que vão contrabalançear a coisa e explicitar melhor a minha opinião sobre tudo isso.

primeiro, acho que a posição tomada pela rmw foi bastante distorcida por alguns leitores. Para eles, o Adam e o Felipe são dois manipuladores, que não permitem posições divergentes, querem fazer tudo a seu modo. Chegaram até a chamar os caras de fascistas e ditadores - um exagero no mínimo imbecil(com o respeito de quem escreveu isso). Eu não lido com os dois no cotidiano mas certamente sei que Adam e Felipe já deram várias amostras de serem pessoas abertas ao diálogo, a críticas, e à possibilidade de construção das coisas conjuntamente, sem autoritarismos e coisas do gênero.

Acredito que se nos colocarmos um pouco no lugar dos dois a posição deles vai nos parecer mais aceitável. O que fazer quando se é um produtor, quando se está preocupado em levar ao público pagante um bom espetáculo, em construir uma cena de qualidade, em firmar bom nome na cena e, no meio disso tudo, lidar com uma banda com uma proposta excêntrica cujo resultado mais provável são os risos e o desprezo, enfim o desagrado dos fãs como de fato aconteceu? Por isso acho que se eu tivesse na pele dos dois, a minha posição em relação ao tesch seria a mesma, ainda que eu lamentasse a restrição que isso seria a postura estética da banda.

Por isso, acho que chamar a posição deles de "babaquice", "censura" e coisas parecidas, mostra, além do erro de achar que visual é pouco importante(que ilusão!), a insensibilidade de alguém que não está vivenciando as dificuldades do cotidiano do trabalho de produtor. É muito fácil chamar o Adam e Lameira de "fascistas" sem ter as responsabilidades de construir eventos que deverão agradar ao público, que deverão gerar retorno para o sustento dos caras e o sustento de outros eventos. Esses últimos comentários contra a posição da rmw são típicos das pessoas à parte dos processos das coisas reais, de pessoas que saem dos shows para os seus computadores sem prestar muito atenção na barra e nos problemas sobre os quais os eventos são feitos.

Digo isso com todo o respeito aos anônimos que teceram críticas aqui a rmw. Acho que se achamos algo de errado no trabalho dos caras, temos mesmo que falar e debater a cena em espaços como esse e o orkut, justamente como os últimos anônimos fizeram. Na entrevista fizemos isso em dois momentos: as bermudas e os atrasos.

Fica aqui também o meu respeito ao Adam e ao Lameira a aos outros que se fodem de trabalhar em um esforço heróico e ficam ouvindo merda o tempo todo.

Deixo ainda meu respeito e solidariedade ao Tesch. Se alguém quer inovar, fazer algo diferente, quebrar os padrões, sem dúvida tem que pagar um preço. O tempo pode mostrar que a hostilidade de um público e o "não" de produtores foram reações de pessoas com pequena visão sobre a arte de vocês. Também o tempo pode não mostrar porra nenhuma e nesse caso o que deve ficar é a certeza de ter feito um trabalho com convicção e honestidade para consigo mesmo.

Essa discussão aqui do blog tocou em muitos assuntos e não dá pra falar sobre tudo de uma vez só. Mas por último, quero falar um pouco sobre esse espaço aqui de "comentário". Nós do blog decidimos deixar as discussões correrem soltas por aqui, sem apagar nada. O saldo inevitável disso são ofensas pessoais, que infelizmente atrofiam o bom debate. Mas esse é um caso passível de revisão, ou seja, quem for ofendido a nível pessoal tem naturalmente o direito de ter o cometário que o ofendeu apagado. Só por curiosidade, foram duas as pessoas até agora ofendidas (e muito) nesses espaços: o artur e o adam. Conversei com os dois sobre a possibilidade de exclusão dos comentários mas os dois dispensaram a idéia. Ainda querem mesmo ficar chamando o adam de censurador?

Abraços

Anônimo disse...

Obrigado pela resposta ao meu comentario Adam...Só pra responder ao fato de ter entrado na comunidade com um fake, nao foi proposital a questao eh que nao possuo conta de orkut entao tive que criar uma para postar na comunidade, assim como nao tenho conta aqui...Se a propia banda banda parou com o lance das bermudas beleza, mas a quetao nao eh se eles usam ou nao bermudas mas o direito dos caras tocarem vestidos como quiserem!! Mas tudo bem, valeu pelo comentario

Felipe Caldas

Anônimo disse...

Só pra concluir oq disse encima:

Foi mal se estrapolei no outro comentario falando em censura e liberdade de expressao, mas realmente fiquei meio chateado com o comanterio das bermudas, nao por fazer apologia ao uso de bermudas floridas dentro do metal, pessoalmente nao eh de meu agrado embora mantenho minha opniao de que o mais importante eh o som e que as bandas nao deveriam ser impedidas de tocar num evento por causa de sua vestimenta. Se o pessoal da banda parou de usar bermuda por opção propia, otimo pra eles, só me preocupo de que eles tenham desistido das ''famigeradas bermudas'' para nao serem impedidos de tocar em eventos por ai e nao receberem olhares hostis e nao se tornarem como foi dito na entrevista ''a piada do Rio de Janeiro''

obrigaado pelo pessoal so site por abri espaço para debate e novamente peço desculpas se me exaltei anteriormente, mas matenho minha postura contra oq foi dito em relação a bermuda

Valeuu

Felipe

Anônimo disse...

Caro Indiana Jones, acho melhor diferenciar os fatos.. usar bermuda é uma coisa, bermuda florida é outra..

Anônimo disse...

"Lameira: Toda forma de extremismo é errada, porque toda pessoa levada ao extremismo é uma forma de ignorância. Você ignora seu meio. Por exemplo, o principal estilo que eu gosto é o heavy metal mas nada me impede de gostar de Gonzaguinha, até porque eu, como músico, começo a prestar atenção na composição do cara, a letra, o instrumental. Isso me abre e posso trazer novas influências para o heavy metal"

Puta que pariu ! E ainda vem falar de bermuda ??? Vai se fuder !