Lançado oficialmente na 60º Feira do Livro de Porto Alegre no ano passado, o livro “Tá no Sangue! – A História do Rock Pesado Gaúcho – Parte 1” (400
pág.), como o próprio nome sugere, mergulha fundo na história do Rock
Pesado Gaúcho dos seus primórdios até 1989, destacando, além das
inúmeras bandas que desbravaram o som pesado naquela época, suas
principais lojas, bares, shows e festivais, com depoimentos de músicos,
lojistas e públicos em geral, que ajudaram a escrever esta história com
muito suor e amor.
Inicialmente o livro contaria toda a história, desde o seu início até os dias atuais, porém, devido a grande quantidade de material coletado (foram cerca de 200 entrevistas e muita pesquisa), decidiu-se dividir esta verdadeira saga em uma trilogia, garantindo assim o espaço necessário para contar tantas aventuras e feitos nestas cerca de cinco décadas de história. E um dos assuntos que mais chamam a atenção de quem viveu intensamente a década de 80 foi o surgimento da loja MEGAFORCE, local fundamental para a formação musical dos jovens gaúchos.
O
dia 2 de fevereiro de 1984 marcou a cena gaúcha de forma profunda,
mesmo que inconscientemente. Trata-se da data de inauguração da
Megaforce, a primeira loja exclusivamente de Heavy Metal de Porto
Alegre. A pequena loja ocupava dois pisos do Centro Comercial
Independência, tornando-se local de peregrinação dos jovens headbangers
da década de 80, que além de adquirem LPs - que na época era o sonho de
consumo da gurizada - também buscavam as famigeradas gravações de fita
K7, formando assim uma turma unida, apesar das diversidades financeiras e
até pela distância do interior para a capital. Muitos viajavam horas
para ir comprar apenas algumas fitas K7! As atividades, entretanto, iam
muito além, já que aos sábados eram exibidos VHS de shows no segundo
piso, e a troca e compra de “figurinhas” (recortes de matérias e fotos
de revistas) era uma constante.
Eram precisamente das mãos de Ademir Kessler, proprietário da Megaforce, e do seu sócio Jefferson Bellio, o Féfi, que chegavam aos interessados as novidades fonográficas mais pesadas editadas fora do estado e do país. “Descobrimos a Megaforce e nossos problemas acabaram, ou começaram... não sei bem, porque queríamos torrar todo e qualquer tostão lá. No início era Slayer, Venom e Exodus. Nossa! Apaixonei-me por Slayer. A grana era mirrada para poder comprar um LP. Quando podia comprar, dez gravavam, sabe como é, podia não haver uma próxima chance. Outro fato legal eram as trocas de fotos e reportagens que a gente fazia, aos sábados pela manhã, no Centro Comercial Independência. Caramba! Juntava uma vasta galera, de todos os gostos. Quantas vezes deixei de comer para comprar fotos do Slayer. Mas valeu! Também a gente aproveitava para ficar pela Megaforce para ouvir som, ver vídeos e marcar a hora do boteco”, contou Mara Slayer em depoimento para o livro.
Foto: Ademir na frente da Megaforce |
Para ler mais depoimentos e outros textos e talvez relembrar alguns acontecimentos, acesse o site oficial www.tanosangue.net, e para quem quiser adquirir o livro e conferir tudo o que se passou na cena gaúcha até 1989, basta conferir os locais de venda em http://tanosangue.net/site/
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