Escrito por Wesley Rodrigues
Que no heavy metal existe bastante arrogância, me parece ser ponto pacífico entre todo bom observador. Ele é forte a despeito das vozes destoantes e crescentes (e por vezes contraditórias) dos que pregam o respeito e a “convivência harmônica” entre os sub-estilos dentro do gênero. Por aí, a gente vê pessoas falarem envolvendo noções de “melhor” e “pior” com uma objetividade extrema. É o tipo de pensamento encabeçado por aqueles que acreditam terem chegado à essência do metal, ao seu conhecimento real. Em outras palavras, elas sabem o que é e o que não é o Heavy Metal; o que é e o que não é ser headbanger; o que é melhor e o que é pior; o que é certo e o que é errado.
Isso não está presente só nos discursos daqueles extremistas confessos como o super-tradicionalzão que não gosta de melódico ou o black que diz que o thrash é coisa de playboy (Digo isso sem prejuízo aos grupos citados. Afinal, um texto que pretende, entre outras coisas, chutar o preconceito porta afora, não pode permitir que ele entre pela janela). É dito também de uma forma menos esdrúxula, está na derme, ultra-generalizado, mas não é menos prepotente por isso. Um bom exemplo desse caso -que poderia ser exemplo também do caso precedente- é a exaltação das produções antigas em detrimento das novas, coisa que se faz com uma gratuidade sem tamanho. (Isso deve ser posto em xeque principalmente por uma geração na qual Stratovarius, Cradle of Filth, Nightwish, Nevermore circularam muito mais no cd player do que Rainbow, Motorhead, Rush ou até mesmo Black Sabbath.) Que se olhe as coisas sob outros termos para que se discuta música com qualidade, porque esse negócio de usar a “senioridade” como argumento é ridículo. Tem o “Ah! Antigamente...” e o seu extremo imbecilóide, o “O Heavy Metal está morto”.
Que fique claro que o que se critica aqui não é uma questão de gosto. Naturalmente, as pessoas tem preferências. Gosto é como aquela certa coisa, cada um tem o seu, ouve o que lhe agrada e dispensa o resto e nisso não há problema nenhum. Não há nada de errado em preferir o heavy ao melódico, o black ao thrash e o velho ao novo ou em dizer que o prog é chato pra caralho e o death blast beat é maçante. Foda-se isso. Esse texto não bebe em nenhum reducionismo de inspiração pós-moderna. Não se trata pois de uma questão de gosto mas sim de uma questão de estabelecimento de hierarquia de gosto. Aí é que a coisa fede. Isso é crônico no Heavy Metal -basta uma breve lida na Roadie Crew e na Brigade para constatar- e tem lugar especial nos cânones do headbanger clássico.
Até onde eu posso ver, as consequências disso não são lá catastróficas mas não deixam de ser significativas. Castração da liberdade é uma delas. Pode ser uma camisa de força que limita e empobrece os ouvidos. Particularmente, me sinto bem lesado pelos anos em que eu seguia um roteiro musical fixo - e nem era tão rígido assim. No limite, essa arrogância traz problemas de união, coisa já bem amargada pela nossa cena carioca (e da qual ainda somos carentes, diga-se de passagem).
Enfim, esse texto não pretende ir muito longe, mas acho que ele é mais do que suficiente para dizer que já passou da hora de os ditadores do metal se calarem.
Que no heavy metal existe bastante arrogância, me parece ser ponto pacífico entre todo bom observador. Ele é forte a despeito das vozes destoantes e crescentes (e por vezes contraditórias) dos que pregam o respeito e a “convivência harmônica” entre os sub-estilos dentro do gênero. Por aí, a gente vê pessoas falarem envolvendo noções de “melhor” e “pior” com uma objetividade extrema. É o tipo de pensamento encabeçado por aqueles que acreditam terem chegado à essência do metal, ao seu conhecimento real. Em outras palavras, elas sabem o que é e o que não é o Heavy Metal; o que é e o que não é ser headbanger; o que é melhor e o que é pior; o que é certo e o que é errado.
Isso não está presente só nos discursos daqueles extremistas confessos como o super-tradicionalzão que não gosta de melódico ou o black que diz que o thrash é coisa de playboy (Digo isso sem prejuízo aos grupos citados. Afinal, um texto que pretende, entre outras coisas, chutar o preconceito porta afora, não pode permitir que ele entre pela janela). É dito também de uma forma menos esdrúxula, está na derme, ultra-generalizado, mas não é menos prepotente por isso. Um bom exemplo desse caso -que poderia ser exemplo também do caso precedente- é a exaltação das produções antigas em detrimento das novas, coisa que se faz com uma gratuidade sem tamanho. (Isso deve ser posto em xeque principalmente por uma geração na qual Stratovarius, Cradle of Filth, Nightwish, Nevermore circularam muito mais no cd player do que Rainbow, Motorhead, Rush ou até mesmo Black Sabbath.) Que se olhe as coisas sob outros termos para que se discuta música com qualidade, porque esse negócio de usar a “senioridade” como argumento é ridículo. Tem o “Ah! Antigamente...” e o seu extremo imbecilóide, o “O Heavy Metal está morto”.
Que fique claro que o que se critica aqui não é uma questão de gosto. Naturalmente, as pessoas tem preferências. Gosto é como aquela certa coisa, cada um tem o seu, ouve o que lhe agrada e dispensa o resto e nisso não há problema nenhum. Não há nada de errado em preferir o heavy ao melódico, o black ao thrash e o velho ao novo ou em dizer que o prog é chato pra caralho e o death blast beat é maçante. Foda-se isso. Esse texto não bebe em nenhum reducionismo de inspiração pós-moderna. Não se trata pois de uma questão de gosto mas sim de uma questão de estabelecimento de hierarquia de gosto. Aí é que a coisa fede. Isso é crônico no Heavy Metal -basta uma breve lida na Roadie Crew e na Brigade para constatar- e tem lugar especial nos cânones do headbanger clássico.
Até onde eu posso ver, as consequências disso não são lá catastróficas mas não deixam de ser significativas. Castração da liberdade é uma delas. Pode ser uma camisa de força que limita e empobrece os ouvidos. Particularmente, me sinto bem lesado pelos anos em que eu seguia um roteiro musical fixo - e nem era tão rígido assim. No limite, essa arrogância traz problemas de união, coisa já bem amargada pela nossa cena carioca (e da qual ainda somos carentes, diga-se de passagem).
Enfim, esse texto não pretende ir muito longe, mas acho que ele é mais do que suficiente para dizer que já passou da hora de os ditadores do metal se calarem.
2 comentários:
Muito BOM!!!!!
vc precisa de sexo wesley.
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