segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Classic Album: Mayhem - De Mysteriis Dom Sathanas

Na sessão Classic Albums pretende-se homenagear as obras que merecem ser relembradas. Aqueles álbuns que consideramos fundamentais para os ouvintes de Heavy Rock...

Nota: Esse review foi originalmente escrito na forma lusitana da língua portuguesa. O blog Arise! optou por manter dessa forma no intuito de preservá-lo como foi concebido.


Mayhem - De Mysteriis Dom Sathanas

Por PhiLiz

Introdução
Mayhem (incluindo todos os músicos à volta da banda) é provavelmente a banda de Black Metal mais controversa da década de 90. Toda a gente que tem alguma relação com o estilo conhece as histórias: Homicídios, igrejas queimadas, declarações polémicas e uma enorme cobertura mediática, especialmente no país onde tudo ocorreu, a Noruega.

Isto são os mitos, as lendas... e em relação à música? O que dizer do mais importante, do que realmente interessa? Concretamente, estão os Mayhem à altura de toda a reputação criada à volta da banda por causa das acções dos seus variadíssimos membros? Indubitavelmente que sim.



Alinhamento
01 - Funeral Fog
02 - Freezing Moon
03 - Cursed In Eternity
04 - Pagan Fears
05 - Life Eternal
06 - From The Dark Past
07 - Buried By Time And Dust
08 - De Mysteriis Dom Sathanas

Ano 1994

Editora Deathlike Silence Productions

Faixa Favorita 02 - Freezing Moon

Género Black Metal

País Noruega

Banda
Attila Csihar – Voz
Count Grishnackh (Varg Vikernes) – Baixo
Euronymous (Øystein Aarseth) – Guitarra
Hellhammer (Jan Axel Blomberg) – Bateria



Review
Há que dizer, antes de mais nada, que o que faz este álbum tão único é o ambiente geral do álbum, que é simplesmente de outro mundo. Este pormenor em particular não é passível de ser posto em palavras tal é a sua unicidade. Todo o som do álbum é um buraco negro e gélido que consome o ouvinte de todas as formas... a todos os momentos.

A guitarra do falecido Euronymous (morto por Varg ainda antes da edição do álbum) tem aqui um papel fundamental neste ambiente... fria, cortante e mecânica, cria um sentimento destrutivo onde todos os objectos em redor se tornam um potencial foco de destruição. A verdade é que os riffs sombrios de Euronymous são uma marca distinta do trabalho primordial de Mayhem e embora tecnicamente não fosse um génio, ainda hoje o trabalho de guitarra mais distinto da banda foi o executado por Aarseth.

Os vocais são outra marca muito distinta e polémica deste seminal trabalho. Ohlin, imortalizado com o pseudónimo Dead tinha-se suicidado antes da gravação do álbum, pelo que a voz ficou a cargo de Attila Csihar. Os vocais de Attila são parte fundamental na construção deste trabalho fantasmagórico e negro e na construção da sua espantosa atmosfera, seja com os guturais sussurrados e de alguma forma suaves ou os momentos mais operáticos com que Attila presenteia o ouvinte. Os vocais são drasticamente diferentes dos guturais violentos de Dead, mas o resultado é fabuloso.

O trabalho de bateria é fabuloso. "Blast beats" a alta velocidade, variações rítmicas sublimemente executadas (as duas primeiras faixas são as que mais sublinham este pormenor) e o mais complexo trabalho instrumental do álbum fazem com que Hellhammer seja o membro que mais se destaca no álbum. A qualidade do baterista de Mayhem é de resto mais que reconhecida e o seu rol de participações noutras bandas fala por si.

Em relação a faixas, há dois momentos que definem o álbum (e a própria carreira da banda): Funeral Fog e Freezing Moon. Duas músicas símbolo do que o Black Metal representa. Tudo o que um género simboliza imortalizado em duas músicas brilhantes. Basta ouvir o arrepiante solo em Freezing Moon e os vocais insanos em Funeral Fog. Buried By Time And Dust, Pagan Fears, Life Eternal são mais três clássicos da banda. A faixa-título e From The Dark Past são igualmente muito boas. A única música menos conseguida será Cursed In Eternity, que é, no entanto, uma boa música.

Apenas dois pormenores um tanto ou quanto negativos. Em primeiro lugar, o facto de nunca podermos ter ouvido Dead em estúdio, com este tipo de produção (que é bastante boa tendo em conta os meios, o estilo da banda e o seu próprio passado a este nível). Sim, Attila é um monstro, mas já tendo ouvido a voz incrível de Dead não deixo de pensar o que seria este álbum com ele.

O outro pequeno detalhe prende-se com o facto do baixo estar demasiado enterrado (propositadamente depois do pequeno "incidente" que Varg teve com Euronymous e com os pedidos da família deste último) no álbum. Penso que se o baixo fosse mais audível seria uma mais-valia para este clássico.

Conclusão
Na generalidade, é um dos mais brilhantes e seminais trabalhos na história do Black Metal, um álbum que influenciou muitos dos músicos no estilo. Um marco e essencial para qualquer fã.

4 comentários:

Nogah disse...

Realmente o ponto de vista sobre o álbum é comum em todos verdadeiros ouvintes de metal extremo. Na minha opinião, o clima do álbum depende fundamentalmente do vocal do Attila, suas variações entre linhas fantasmagóricas, sepulcrais, sussurros que lembram apelos de um mundo subterrâneo, este album é muito mais que musica, ele é um ritual! Apenas discordo um pouco quanto à linha de baixo de Vikernes, embora seja um ser totalmente incoerente, suas linhas de contra-baixo trazem às musicas um fardo pesado, um destino fatal e dão a mensagem sobre a inexorabilidade da tragédia humana! Musicas como Life Eternal, From the dark Past e Buried by time and dust comprovam isso. Obrigada pelo post! Poucos blogs fazem resenhas à altura do album.

Anônimo disse...

Simplismente o melhor album de Black Metal que tenho em minha coleção, todos foram balas nesse album, ninguem quis ficar para tras mas me rendo ao baterista Hell Humer, ele mostrou k para alem da rapides na bateria ele tem um bom skill, ele foi o piloto desse album para mim, ele é simplismente um Deus na bateria.

By: AntiCristo

\m/

Anônimo disse...

Haaa, esquecime de concordar com o autor do testo, não sei o que seria do album com o Ded no vocal, seria algo muito mais monstruoso, o vaticano deve ter um poster do album em alguma parede.
Mas o Attila não deixa de ter um vocal poderoso.

By: S. Covane (AntiCristo)

\m/

Anônimo disse...

eu vou dar um tiro de revolver no ouvido de todo mundo depois degolar as suas gargantas com uma motoserra