Gunpowder – Killture Part One – imposing freedom lies
Gravadora: (lançamento independente)
Por Artur Henriques (publicado originalmente no site Metal Ground)
A banda Gunpowder, como tantas outras que batalham na cena underground nacional, deve encontrar muitos percalços ao longo de seu caminho, um deles deve ser com certeza a falta de apoio por parte das gravadoras ou selos. Só isso para explicar a demora para o lançamento de seu álbum de estréia, afinal Killture Part One está pronto desde 2005, e só agora, demorados 2 anos depois o álbum consegue ganhar a luz do dia. Esse fato torna-se ainda mais estranho ao deparamos quanto à ótima qualidade das músicas e músicos presentes no referido trabalho.
Ao pegarmos o CD para ouvir e darmos uma folheada no encarte que o acompanha uma coisa fica clara: Lucian Vaskcellus é a mente, alma e coração da banda. Afinal ele atuou como produtor, letrista, compositor, guitarrista, vocalista e ainda por cima fez a arte da capa ao lado de Najah Zein! E como Lucian se sai? Muito bem na verdade, no que tange a música (que acredito ser o mais importante para nós) ele demonstra uma competência acima da média, tanto como guitarrista, quanto como vocalista. Basta dizer que como guitarrista ele sabe juntar riffs marcantes (na melhor escola do Thrash Metal) com solos bastante técnicos (que em alguns momentos me lembrou o estilo preconizado por Yngwie Malmsteen), e como vocalista ele é um show à parte. É simplesmente um dos vocais mais versáteis que eu já tive o prazer de ouvir, trafegando numa mesma música entre um vocal gutural e um “operístico”, passando por outras técnicas, algo realmente impressionante! Michael Kiske, Rob Halford, Bruce Dickinson são alguns dos nomes que saltam à mente ao ouvir as diferentes “camadas” de voz que Lucian explora.
Essa confluência de referências faz com que Gunpowder produza um som que a própria banda classifica como “Power Prog” mas que na verdade vai para além disso. Em vários momentos do CD é possível captarmos influências do Thrash Metal e do Death Metal das antigas. E isso só seria possível se o restante dos integrantes do grupo fosse tão bom quanto seu líder, e felizmente eles são. Mario Ruas (bateria) e Daniel De Castro (teclado, e que também gravou o baixo no CD) se mostram excelentes músicos, principalmente Mario que produz linhas de bateria das mais interessantes.
Sendo um álbum conceitual, acredito que seria leviano da minha parte não abordar as letras contidas no álbum. Na verdade, as músicas versam sobre alguns dos problemas atuais: guerras, violência urbana, problemas ecológicos, o choque de civilizações entre Ocidente e Oriente (com a tentativa de imposição da “democracia” e da “liberdade” ao mundo todo). A banda inclusive demonstra um forte pessimismo em relação ao futuro da humanidade, uma certa escatologia, o fim de tudo (como deixa bem evidente a última música After All). Permeia por todo o álbum uma certa aflição em relação à condição humana, nesse aspecto me lembrou bastante o grupo Megadeth da época do álbum Countdown To Extinction.
O álbum é todo muito bom e fica difícil apontar um destaque, mas a música World Disaster é com certeza um “hit” em potencial. Possuidora de riffs e refrão marcante, e de duração razoável essa música poderia fazer grande sucesso se entrasse na programação das rádios especializadas que andam brotando Internet afora.
As críticas negativas ao CD ficam referentes a pouca quantidade de músicas existentes de fato (apenas 6, sendo as outras faixas introdutórias) e outra é a pós-produção. Isso porque apesar da competente mixagem feita por Dennis Pombo (guitarrista da banda Imago Mortis, ex-Apocryph) senti falta de uma masterização do trabalho para deixar o som mais “polido”. Alguns ouvintes mais exigentes (e chatos) podem acabar considerando o álbum uma “Demo-Tape” de luxo.
Independente disso, o fato é que com esse álbum, o grupo Gunpowder se consolida como um dos maiores nomes do cenário carioca. E espero que a banda consiga se fazer ouvida pelo público e que também consiga divulgar o álbum de forma adequada. E que venha a parte dois!
Nota: 9,0
Gravadora: (lançamento independente)
Por Artur Henriques (publicado originalmente no site Metal Ground)
A banda Gunpowder, como tantas outras que batalham na cena underground nacional, deve encontrar muitos percalços ao longo de seu caminho, um deles deve ser com certeza a falta de apoio por parte das gravadoras ou selos. Só isso para explicar a demora para o lançamento de seu álbum de estréia, afinal Killture Part One está pronto desde 2005, e só agora, demorados 2 anos depois o álbum consegue ganhar a luz do dia. Esse fato torna-se ainda mais estranho ao deparamos quanto à ótima qualidade das músicas e músicos presentes no referido trabalho.
Ao pegarmos o CD para ouvir e darmos uma folheada no encarte que o acompanha uma coisa fica clara: Lucian Vaskcellus é a mente, alma e coração da banda. Afinal ele atuou como produtor, letrista, compositor, guitarrista, vocalista e ainda por cima fez a arte da capa ao lado de Najah Zein! E como Lucian se sai? Muito bem na verdade, no que tange a música (que acredito ser o mais importante para nós) ele demonstra uma competência acima da média, tanto como guitarrista, quanto como vocalista. Basta dizer que como guitarrista ele sabe juntar riffs marcantes (na melhor escola do Thrash Metal) com solos bastante técnicos (que em alguns momentos me lembrou o estilo preconizado por Yngwie Malmsteen), e como vocalista ele é um show à parte. É simplesmente um dos vocais mais versáteis que eu já tive o prazer de ouvir, trafegando numa mesma música entre um vocal gutural e um “operístico”, passando por outras técnicas, algo realmente impressionante! Michael Kiske, Rob Halford, Bruce Dickinson são alguns dos nomes que saltam à mente ao ouvir as diferentes “camadas” de voz que Lucian explora.
Essa confluência de referências faz com que Gunpowder produza um som que a própria banda classifica como “Power Prog” mas que na verdade vai para além disso. Em vários momentos do CD é possível captarmos influências do Thrash Metal e do Death Metal das antigas. E isso só seria possível se o restante dos integrantes do grupo fosse tão bom quanto seu líder, e felizmente eles são. Mario Ruas (bateria) e Daniel De Castro (teclado, e que também gravou o baixo no CD) se mostram excelentes músicos, principalmente Mario que produz linhas de bateria das mais interessantes.
Sendo um álbum conceitual, acredito que seria leviano da minha parte não abordar as letras contidas no álbum. Na verdade, as músicas versam sobre alguns dos problemas atuais: guerras, violência urbana, problemas ecológicos, o choque de civilizações entre Ocidente e Oriente (com a tentativa de imposição da “democracia” e da “liberdade” ao mundo todo). A banda inclusive demonstra um forte pessimismo em relação ao futuro da humanidade, uma certa escatologia, o fim de tudo (como deixa bem evidente a última música After All). Permeia por todo o álbum uma certa aflição em relação à condição humana, nesse aspecto me lembrou bastante o grupo Megadeth da época do álbum Countdown To Extinction.
O álbum é todo muito bom e fica difícil apontar um destaque, mas a música World Disaster é com certeza um “hit” em potencial. Possuidora de riffs e refrão marcante, e de duração razoável essa música poderia fazer grande sucesso se entrasse na programação das rádios especializadas que andam brotando Internet afora.
As críticas negativas ao CD ficam referentes a pouca quantidade de músicas existentes de fato (apenas 6, sendo as outras faixas introdutórias) e outra é a pós-produção. Isso porque apesar da competente mixagem feita por Dennis Pombo (guitarrista da banda Imago Mortis, ex-Apocryph) senti falta de uma masterização do trabalho para deixar o som mais “polido”. Alguns ouvintes mais exigentes (e chatos) podem acabar considerando o álbum uma “Demo-Tape” de luxo.
Independente disso, o fato é que com esse álbum, o grupo Gunpowder se consolida como um dos maiores nomes do cenário carioca. E espero que a banda consiga se fazer ouvida pelo público e que também consiga divulgar o álbum de forma adequada. E que venha a parte dois!
Nota: 9,0
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