sábado, 21 de junho de 2008

Show Review: Megadeth (Citibank Hall, Rio de Janeiro, 07/06/08)

Por Lucian Vaskcellus*
Fotos por
Carolina Rodrigues


Chegou O Presidente

Não, não era o Lula, nem Hugo Chaves e tão pouco, graças a Deus ou quem sabe ao diabo: George W. Bush. Eis que aterriza o Megadeth em terras cariocas depois de um hiato que há muito incomodava.

O publico veio em peso, quase fazendo jus a importância da banda, deixando o lugar bem cheio para os tempos que vivemos. Ainda mais depois desses dois meses pra lá de movimentados com grandes shows como da dupla Gamma Ray e Helloween, e da dobradinha sem descanso de Queensrÿche e Whitesnake em noites seguidas.

“Abram espaço para a comitiva do presidente das nações unidas do Metal!”

E lógico, ela vem com o digníssimo à frente puxando Sleepwalker, excelente faixa do novo álbum United Abominations. É, está aí o que nós queríamos, o Lord of the Riffs com suas King V’s, sua franjinha e aquela cara de poucos amigos cantando as ironias e politicagens de nossos tempos.

E sem parar para respirar, Dave e Cia. emendam dois “petardos”: Wake Up Dead e a surpresinha, Take No Prisioners do lendário álbum Rust in Piece.

Um show memorável, com clássicos de fazer qualquer coração pular pela boca, como Skin O My Teeth, Hangar 18, In My Darkest Hour, A Tout Le Monde, Sweating Bullets, Symphony Of Destruction, Peace Sells e claro Holy Wars. Todos tocados com maestria por este novo line up do Megão. O já conhecido batera Shawn Drover com uma pegada e presença excelentes, o novo baixista James Lomenzo, que também mostrou-se uma escolha bem acertada e o mais recente de todos integrantes, o guitarrista Chris Broderick, altamente competente e técnico, diga-se de passagem. Mas a sensação de uma banda solo de Dave Mustaine fica bem clara, pois nem as maiores das paixões pelo Megadeth pode ser tão cega ao ponto de não enxergar que falta algo lá em cima. Por mais clássicos que se toque e bons álbuns que se faça o ar de saudade e falta de algumas figuras carimbadas fica. Talvez não tão grande para com Nick Menza, mas Dave Ellefson e principalmente a Marty Friedmann com todo aquele feeling inconfundível daquele que, para quem vos escreve, é o maior guitarrista do estilo o que é inegável.

A Exemplo do que aconteceu com a dupla Helloween-Gamma Ray, o som não estava bem equalizado. Dave nas alturas e Chris Broderick não se escutava no inicio do show. Com o andar do evento, se resolveu o problema quanto ao volume, mas o som de Chris por demais desequilibrado com os agudos ora saturados e ora estalados, foi uma pena.

Voltando aos altos do show, eis que chega o grand finale! Exuberante tanto de execução e interação com o público com a série Sweating Bullets, Symphony of Destruction, Peace Sells, e a derradeira Holy Wars, que Dave nos brindou com a surpresa de subir com nossa bela bandeira e colocá-la pendurada num “Marshalzão” de respeito.

Foi um show com pé fundo no acelerador, sem muitas palavras, mas sim muita musica. Na maior parte colada uma na outra sem tempo para piscar e por isso o tempo relativamente curto, um pouco menos que uma hora e meia. Sendo assim, poderíamos ter alguma banda de abertura talvez. E colocando lenha na fogueira, trazendo à tona uma antiga rivalidade que dá todo um charme e enriquecendo a história do Metal, bem que esta banda poderia ser o Metallica..... rs













Set List:

- Sleepwalker
- Wake Up Dead
- Take No Prisoners
- Skin O' My Teeth
- Washington Is Next!
- Kick the Chair
- In My Darkest Hour
- Tornado Of Souls
- Hangar 18
- A Tout Le Monde
- Chris's solo
- She Wolf
- Sweating Bullets
- Symphony of Destruction
- Peace Sells
- Holy Wars

*Lucian Vaskcellus é guitarrista e vocalista da banda Gunpowder.

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