Fotos por Artur Henriques e Moska Jardim
Mais fotos do evento podem ser vistas aqui
Há menos de uma semana fomos surpreendidos com a notícia de que Andre Matos viria ao Estado do Rio de Janeiro para dois shows: um em Campo Grande na Zona Oeste da capital fluminense (23/10) e outro em Niterói (dia 25/10). Era de se esperar que para um evento que contava com um nome de peso como o de Andre Matos (uma verdadeira instituição do metal nacional), Mindflow (uma banda em clara ascensão) e Taurus (banda antiga de importância ímpar para a cena no Rio), houvesse um público expressível. Mas não foi o que ocorreu: em Niterói, e pelo que nos foi informado, também em Campo Grande, o público foi algo abaixo de 200 pessoas, o que certamente se deve à pouca divulgação promovida pelos organizadores. Houve quem defendesse que isso se deveu à proximidade das datas que teria dividido o público entre os dois locais. Porém, há de se notar que tratam-se de dois locais distantes, com públicos distintos. Não cabe aqui também a velha ladainha de que carecemos de um bom público de Heavy Metal. É só lembrarmos que o último show do André Matos em dezembro do ano passado lotou o Canecão, casa que suporta por volta de 3 mil pessoas.
Nenhuma das bandas se abateu com o local esvaziado, demonstrando grande profissionalismo, o que é mais notável no caso de Andre Matos, acostumado a grandes eventos. O público respondeu à altura, injetando ânimo às bandas e contribuindo para o espetáculo.
A primeira banda foi o Age One, que praticam um Power mesclado com Thrash e vocais inspirados em Rob Halford. Desfalcada de seu tecladista, a banda fez um set curto, com destaque para o cover de Flight of Icarus, do Iron Maiden. A segunda a entrar foram os veteranos do Taurus, praticantes de um Thrash destruidor, e que fizeram um show glorioso. Curioso que a banda, existente desde de idos de 80, nunca tinha feito uma apresentação em sua cidade natal, Niterói. Um destaque deve ser dado ao guitarrista Cláudio Bezz. O Mindflow, estreante em palcos fluminenses, executou um preciso metal progressivo, de sonoridade bem moderna e agressiva, o que não deixou de incluir uma música com acento pop. Demonstrando carisma, a banda conquistou o público. Mesmo sendo todos mais do que competentes, destacamos o baterista Rafael Pensado, que não só possui técnica, como também uma pegada de grande força, e a versatilidade do vocalista Danilo Herbert.
Taurus
Taurus
Mindflow
Mindflow
André Matos sempre entra no palco com o público na mão e dessa vez não foi diferente. Ele, assim como toda banda, deu o melhor de si. O som, principalmente na segunda metade do show, estava embolado e muito alto, o que trouxe um considerável prejuízo (não que a maioria das pessoas tenha realmente se importado). Como ponto negativo, também consideramos a escolha do set-list, que não deu espaço devido aos clássicos da carreira pregressa do vocalista. André privilegiou os dois últimos álbuns, que são os pontos menos criativos e de menor relevância dentro da obra desse grande artista. Salvo esses problemas, a noite mostrou uma banda entrosada, carismática e em ótima forma.
O show foi aberto com Leading On e ficou claro que a galera já tinha as letras do novo álbum na ponta da língua. De Mentalize ainda teve a faixa-título, I Will Return e Never Say No. Do disco anterior, Time to Be Free, tocaram Letting Go (pedida muito pelo público), Rio, How Long (Unleashed Way) e Endeavour, que está se tornando a música que fecha os shows. Do Angra, tivemos Carry On e Lisbon. Do Viper, um medley de Living for the Night e A Cry from the Edge, esta última com peso e velocidade extras. Foi um dos pontos altos da sinergia entre banda e público na noite. Do Shaman, sua empreitada anterior, a solitária representante no set foi Fairy Tale, outro dos pontos mais altos. Some-se o cover do Journey, Separate Ways.
André estava especialmente comunicativo na noite, talvez por conta de uma ligação especial com a cidade, onde tem parentes e morou por grande parte da vida. O ânimo o fez incorrer inclusive em um elogio desmerecido à Araribóia, a quem saudou como herói que lutou contra os portugueses, senda a história outra: o índio na verdade era aliado dos colonizadores lusos no massacre de outras tribos.
Hugo Mariuti, que no passado foi tão questionado por não ser considerado um guitarrista à altura para substituir a antiga dupla de guitarras que acompanhava André, cada vez mais se consolida como uma das peças mais fundamentais da banda. Isto não só por conta de sua grande participação nas composições, mas também por sua performance no palco, sendo um “segundo” frontman. Eloy se demonstrou, agora mais do que antes, uma escolha acertada. Fez um memorável solo de bateria de grande impacto: violento, técnico e variado. O músico de 18 anos foi vítima de brincadeiras de André: além de felicitá-lo pela sua maioridade, lembrando que o antes garoto agora pode dirigir e beber, o vocalista sugeriu que o batera toma bomba para ficar forte.
O saldo final do evento, apesar dos percalços da produção, foi positivo. Foi louvável a iniciativa de levar esses importantes grupos para regiões não habituadas a receber artistas desse porte.
Mindflow
André Matos sempre entra no palco com o público na mão e dessa vez não foi diferente. Ele, assim como toda banda, deu o melhor de si. O som, principalmente na segunda metade do show, estava embolado e muito alto, o que trouxe um considerável prejuízo (não que a maioria das pessoas tenha realmente se importado). Como ponto negativo, também consideramos a escolha do set-list, que não deu espaço devido aos clássicos da carreira pregressa do vocalista. André privilegiou os dois últimos álbuns, que são os pontos menos criativos e de menor relevância dentro da obra desse grande artista. Salvo esses problemas, a noite mostrou uma banda entrosada, carismática e em ótima forma.
O show foi aberto com Leading On e ficou claro que a galera já tinha as letras do novo álbum na ponta da língua. De Mentalize ainda teve a faixa-título, I Will Return e Never Say No. Do disco anterior, Time to Be Free, tocaram Letting Go (pedida muito pelo público), Rio, How Long (Unleashed Way) e Endeavour, que está se tornando a música que fecha os shows. Do Angra, tivemos Carry On e Lisbon. Do Viper, um medley de Living for the Night e A Cry from the Edge, esta última com peso e velocidade extras. Foi um dos pontos altos da sinergia entre banda e público na noite. Do Shaman, sua empreitada anterior, a solitária representante no set foi Fairy Tale, outro dos pontos mais altos. Some-se o cover do Journey, Separate Ways.
André estava especialmente comunicativo na noite, talvez por conta de uma ligação especial com a cidade, onde tem parentes e morou por grande parte da vida. O ânimo o fez incorrer inclusive em um elogio desmerecido à Araribóia, a quem saudou como herói que lutou contra os portugueses, senda a história outra: o índio na verdade era aliado dos colonizadores lusos no massacre de outras tribos.
Hugo Mariuti, que no passado foi tão questionado por não ser considerado um guitarrista à altura para substituir a antiga dupla de guitarras que acompanhava André, cada vez mais se consolida como uma das peças mais fundamentais da banda. Isto não só por conta de sua grande participação nas composições, mas também por sua performance no palco, sendo um “segundo” frontman. Eloy se demonstrou, agora mais do que antes, uma escolha acertada. Fez um memorável solo de bateria de grande impacto: violento, técnico e variado. O músico de 18 anos foi vítima de brincadeiras de André: além de felicitá-lo pela sua maioridade, lembrando que o antes garoto agora pode dirigir e beber, o vocalista sugeriu que o batera toma bomba para ficar forte.
O saldo final do evento, apesar dos percalços da produção, foi positivo. Foi louvável a iniciativa de levar esses importantes grupos para regiões não habituadas a receber artistas desse porte.
2 comentários:
Esqueceram de mim???
rsss
Maranhão
Gostaríamos de pedir desculpas ao guitarrista Maranhão. Nós não o citamos na resenha porque perdemos o primeiro show da noite, e esquecemos de mencionar isso na resenha.
Abraços,
equipe ARISE!
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