sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Entrevista: Mindflow

Entrevista por Artur Henriques e Wesley Rodrigues
Imagens cedidas pela própria banda

ENTREVISTA RESPONDIDA POR RICARDO WINANDY (BAIXO).





O MindFlow é uma banda em clara ascensão. Fale um pouco sobre a repercussão da banda no Brasil e lá fora.

Desde o início da banda nossa principal preocupação foi em fazer músicas que nós curtimos tocar e compor. Sempre tivemos uma independência muito grande com relação ao nosso trabalho, e uma liberdade ainda maior nas composições. Acredito que justamente por essa liberdade nossa música acabou recebendo um apoio ótimo desde o início, tanto no Brasil quanto no exterior, e somos muito gratos por isso.

Já nosso primeiro CD foi lançado em mais de 60 países. Com o Mind over Body fizemos nossa primeira turnê nos Estados Unidos e participamos do festival Live’n’Louder em São Paulo, ao lado de 15 bandas internacionais. Com o Destructive Device estamos fazendo uma turnê pelo Brasil com o Sepultura e o Angra, além de ter tido a oportunidade de tocar no Festival ProgPower USA.

Estamos muito satisfeitos com nossas conquistas e esperamos que nosso trabalho seja cada vez conhecido por mais pessoas.

Nos dois primeiros álbuns vocês seguiam uma linha mais voltada para um Prog Metal mais usual, enquanto que no disco Destructive Device vocês ousaram mais, fazendo um som moderno, pesado e agressivo, sem deixar de lado os elementos progressivos. Falem a respeito dessa mudança de abordagem.

Nenhuma mudança de disco para disco foi algo planejado. As composições saíram naturalmente dessa forma, e acredito que o fator que mais nos influenciou para o Destructive Device foram nossas experiências ao vivo. Com experiência em palco a gente aprende o que funciona melhor, o que a gente curte mais tocar nos shows, e até o que o público responde mais. E isso naturalmente acaba nos influenciando na hora de fazer música. A gente lembra daqueles riffs que vêem soando melhor nos shows, e quando vai pensar em alguma coisa nova, vem em mente algo mais nessa linha.

Apesar de ser álbum majoritariamente pesado, Destructive Device também possui, em certa medida, colorações mais pop, como na música Breakthrough. Esse tipo de sonoridade é algo que a banda pretende explorar mais no futuro?

Ao fazer um disco, depois de muita música pesada, a gente sempre sente a necessidade de compor e tocar algo mais leve, melodioso. Foi dessa necessidade que surgiram músicas como “Invisible Messages” e “Touch of Immortality” do Just, “Just Water, You Navigate” e “Thousand Miles From You” do Mind over Body, “Breakthrough” do Destructive e mais recentemente a música “The Ride”, do 365.

E além de Rock Pesado, todos nós sempre fomos muito fãs de Rock Clássico, como Beatles, Van Halen, Pink Floyd, e essas bandas são também grandes influências na hora de compor.

Danilo Herbert (vocal)

Também chama atenção o fato de vocês fazerem uso de alguns elementos de música eletrônica nas suas canções. De onde vocês captam essa influência?

Quando acrescentamos algum efeito ou som na música é sempre buscando um “efeito” que desejamos, e não para passar uma referência... Mas acredito o Rock Progressivo em geral, que utilizava sons de sintetizadores nas músicas, tenha nos influenciado nesse sentido.

Qual foi o motivo para a saída do Miguel Spada? Vocês pretendem continuar sem um tecladista?

O Miguel optou por sair da banda por motivos pessoais... A gente brinca normalmente falando que ele nos demitiu. Ainda somos amigos, continuamos vendo ele sempre que possível. Mas ele teve que seguir por um caminho diferente e que no fim acabou fazendo bem pra ele...

Por enquanto a gente pretende sim continuar sem tecladista, vem funcionando dessa forma pra gente, até pelo formato das nossas músicas mais recentes. Mas se conhecermos alguém especial, quem sabe não mudamos de idéia?

Como foi a participação de vocês no Prog Power? E as outras apresentações da banda no estrangeiro?

O ProgPower USA foi ótimo! É um festival impressionante, vem gente de todos os lugares dos Estados Unidos para assistir. E o pessoal que vai normalmente vai todo ano, e são pessoas super antenadas com relação ao mundo da música. Fazer parte dele, ser uma das 10 bandas de todo o mundo escolhidas para tocar num festival desse porte é uma honra enorme.

O mais impressionante pra gente foi termos lançado uma música dois dias antes do nosso show, ter tocado ela no festival e grande parte das pessoas já saber cantar. Têm algumas cenas do festival no nosso VideoBlog #38.
Essa foi a quinta vez que tocamos no exterior, nossa 3ª vez nos Estados Unidos. Todos os shows no exterior foram muito gratificantes, tanto pela resposta do público quanto pelo respeito dos produtores.

Outros países que já tocamos foram a Coréia do Sul, Espanha, Noruega, Inglaterra e Bélgica.

Rodrigo Hidalgo (guitarra)

Recentemente vocês visitaram o Rio de Janeiro. Como vocês avaliam a produção desses shows e como foi dividir o palco com André Matos?

Esses shows em Campo Grande/RJ e Niterói/RJ foram nossos primeiros shows no Rio de Janeiro! Estávamos ansiosos pra conhecer o RJ, recebemos muito e-mails de pessoas daí, mas até o momento nunca tinha aparecido nenhuma oportunidade de tocar. E os shows foram ótimos, o pessoal nos recebeu de braços abertos.
Tocar e viajar com o André Matos pra gente é excepcional. Todos da banda são extremamente simpáticos, vemos todos como amigos próximos. E sempre aprendemos muito com o show desses ícones do rock.

Como surgiu a idéia do álbum 365, em que vocês lançam uma música a cada mês?

Quando a gente grava um álbum completo demora o tempo de compor todas as músicas do disco, depois de treinar as músicas, entrar no estúdio para gravar, o tempo de mixagem, masterização, arte do CD, prensagem do CD, etc. E no fim, as primeiras músicas que fizemos, quando vamos ver já têm um ano antes de serem lançadas!
Então a gente se perguntou porque não deixar as pessoas que gostam do nosso trabalho acompanhar o mais próximo possível quais são nossas idéias mais atuais e inclusive terem a chance de participar desse processo.
Foi assim que a gente decidiu se impor esse desafio de compor, gravar, mixar, masterizar e lançar uma música em 1 mês, todo mês, por um ano.

Qual o conceito por trás do último disco?

O Destructive Device não é um álbum conceitual, mas a idéia que envolve todas as música é a do ser humano como um instrumento de destruição de si próprio.
Como as atitudes e decisões que viemos tomando têm afetado todo o futuro da humanidade, e como que a gente mesmo que não concorde com as idéias erradas, ao não tomar nenhuma atitude contra estamos colaborando com a destruição do nosso mundo.
Temos que tomar uma atitude logo antes que seja tarde demais. Deixar de aceitar o que não concordamos e influenciar para que o mundo tome uma direção mais saudável para todos.

Rafael Pensado (bateria)

Ben Grosse (que já trabalhou com nomes como Marilyn Manson, Slipknot, Disturbed, Breaking Benjamin, Sevendust) foi responsável pela produção do disco Destructive Device. Como vocês chegaram a esse nome e como vocês avaliam essa parceria?

Sempre fomos muito fãs do trabalho do Ben Grosse. Todas as bandas que gostamos do som, quando íamos olhar, tinha a mão dele! A gente já tinha entrado em contato por e-mail falando o quanto gostávamos do trabalho dele. E surpreendentemente quando fomos tocar em Los Angeles em 2007, ele estava presente no nosso show, se apresentou e começamos a conversar. E acabou surgindo essa parceria que para gente foi ótima. Trabalhar com um dos melhores produtores do mundo fez com que aprendesse muito.

O MindFlow tem tocado cada vez com mais freqüência pelo Brasil. Como vocês avaliam esses shows?

Ultimamente temos participado como banda de abertura da turnê Sepultura e Angra, e também dos shows do André Matos solo no Brasil. Estamos muito satisfeitos com a resposta do público, e esperamos poder tocar cada vez mais Brasil afora.

Quais são os planos da banda para os próximos meses?

Com o nosso novo projeto, o 365, por enquanto o que mais estamos nos concentrando é nas músicas novas. Música e música e mais música! Todo mês vamos disponibilizando alguma parte que temos de cada novo lançamento, e sempre queremos nos aproximar cada vez mais de quem curte o nosso trabalho!

Ricardo Winandy (baixo)

Como a banda anda trabalhando a divulgação do último projeto, 365?

O MindFlow 365 é um projeto para nossos fãs, e acredito que eles têm sido nossa maior força na divulgação. Gravamos um clipe da 1ª música, “Thrust into this Game”, temos um site específico do projeto: mindflow365.com (com downloads gratuitos), e apostamos muito no nosso trabalho ao vivo.

O MindFlow é visivelmente uma banda de grande suporte financeiro, com clipes bem produzidos e material gráfico de boa qualidade. Fale-nos sobre como a banda administra e aplica seus recursos. O quanto vocês acham que o sucesso da banda se deve a isso?

Além de todos nós da banda tocarmos para o MindFlow, a gente encara a banda como um trabalho, e estamos 24 horas por dia trabalhando por ela. A gente se divide e cada um cuida de uma parte como fazer arte gráfica, sites, mixar e produzir as próprias músicas, etc. Com muito trabalho, a gente acaba encontrando meios baratos de nos manter. Acho que esse é o futuro para os artistas no mercado da música.

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Muito obrigado pela atenção!
LET YOUR MINDFLOW....



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