Hicsos - Technologic Pain
Gravadora: Dynamo Records
Por João Rafael Gualberto
O Hicsos, formado em 1990, é um dos principais nomes da cena Thrash brasileira e, dedicando-se a um Thrash Metal com bastante influência de Slayer, Kreator e Nuclear Assault, a banda vem conquistando também boa projeção internacional. Integrado por músicos de ótima qualidade, o grupo apresenta nesse trabalho (Technologic Pain – Dynamo Records) um som forte, marcante, que segue linhas tradicionais capazes de agradar a qualquer apreciador do bom metal; uma pegada firme nas guitarras – integradas por Nilmon Filho e Antonio Sabba, que vêm sendo considerados a dupla de guitarras revelação do cenário brasileiro, segundo matéria da Cover Guitarra (a edição com o bom e velho Randy Rhoads na capa) – garantem à banda um som de qualidade inquestionável. Embora não falte qualidade à cozinha, composta pelo baixista Marco Anvito e pelo batera Marcello Ledd, bem como ao vocal, também executado por Anvito, deve-se salientar que o destaque do disco fica com as guitarras. Riffs pesados, variados, além de ótimos solos dão vazão ao melhor que se pode esperar de um disco de Thrash Metal. Tanto que nesse início de ano o Hicsos conquistou seu lugar entre as 10 melhores bandas nacionais na votação da revista Roadie Crew.
A primeira faixa deste álbum, Face To Face, caracteriza um Thrash Metal dentro dos padrões clássicos, e representa a sonoridade que se ouve até o final do disco. Com mudanças constantes de andamento e solos muito bem encaixados, a faixa lidera o disco e inspira a vontade de prosseguir com a audição. Segue a esta Agony Sellers, num estilo ‘bate-estaca’ que dispensa apresentações. A letra, uma das melhores, é um ataque contra o charlatanismo por trás de pregações religiosas que prometem o céu em troca de devoção e entrega (financeira, sobretudo). Com apenas 2:27 a música dá o recado muito bem dado!
A terceira música de Technologic Pain é a faixa homônima. A música aponta um dos dramas contraditórios da humanidade, enfatizando o despropósito a que se presta a tecnologia quando se volta para a destruição. Com um riff principal que prende a atenção, uma aurora de pessimismo nos arranjos, e solos que parecem desolados, trata-se de uma música inspirada e exemplo de bom metal. Depois, Builder of Imagination, mais uma composição com teor pessimista. Apresenta-nos os dilemas típicos de um soldado no front, com suas convicções desmanteladas pela bruta e estúpida realidade da guerra. Nota 10 para mais este instrumental, com verdadeiras marteladas no começo da música! É sempre importante comprometer o instrumental e a sonoridade de uma música (ou um álbum) ao tema que apresenta. Essa competência não falta à banda!
E o disco segue em alto nível: Cry of Souls e Violence and Blood apresentam ótima sonoridade. A primeira conta com uma das poucas passagens leves do disco, com ótimos solos de guitarra. Já a segunda é uma tremenda pedrada, fazendo jus ao nome, e em muito faz lembrar o Kreator. Candyman, a sétima faixa, carrega muito peso em passagens trincadas de bateria, e ótimas levadas. Urban Scene carrega mais uma boa dose de pessimismo na parte lírica, atacando os problemas urbanos característicos de nossas grandes cidades: violência, pré-conceito... “a paz grita... ninguém escuta!” ótima faixa!
O disco termina com 3 músicas especiais. A primeira delas, Mea Culpa, trata-se de uma verdadeira acusação dos problemas causados pelo homem ao mundo e a ele mesmo. A letra ataca (à semelhança da segunda faixa do disco) as religiões e a forma como usam da fé para transformar seus seguidores em “puppets”. O discurso da letra (em primeira pessoa) é levado a cabo pela própria entidade maligna usada como bode expiatório (Diabo?) a qual muitos invocam para gerar o medo e o terror psicológico entre as pessoas a quem se quer dominar. Figura talvez mais citada e descrita do que o próprio Bem, o Mal aparece sempre nos discursos religiosos mais exaltados, cujas únicas conseqüências acabam sendo fanatismo, exploração e violência. Nem o demo em pessoa talvez fosse tão competente para fins malignos como alguns pregadores que andam pela Terra. Assim, digamos que, se o Diabo pudesse se manifestar de alguma forma, talvez fosse essa a sua manifestação diante das mazelas humanas, um legítimo I don’t give a fuck!
Por último, duas canções em português, a primeira, Pátria Amada, uma crítica à discrepância entre o Hino nacional brasileiro e as realidades do Brasil. A letra recorre aos próprios versos do Hino para desnudar os problemas do país. Encerrando o disco, Ritual, faixa instrumental, um tanto nebulosa, que tem no baixo o seu carro-chefe e não conta com a presença de bateria.
Enfim, um disco para bater cabeça e se revoltar um pouco! Em essência, Thrash total!!!!!!!
Gravadora: Dynamo Records
Por João Rafael Gualberto
O Hicsos, formado em 1990, é um dos principais nomes da cena Thrash brasileira e, dedicando-se a um Thrash Metal com bastante influência de Slayer, Kreator e Nuclear Assault, a banda vem conquistando também boa projeção internacional. Integrado por músicos de ótima qualidade, o grupo apresenta nesse trabalho (Technologic Pain – Dynamo Records) um som forte, marcante, que segue linhas tradicionais capazes de agradar a qualquer apreciador do bom metal; uma pegada firme nas guitarras – integradas por Nilmon Filho e Antonio Sabba, que vêm sendo considerados a dupla de guitarras revelação do cenário brasileiro, segundo matéria da Cover Guitarra (a edição com o bom e velho Randy Rhoads na capa) – garantem à banda um som de qualidade inquestionável. Embora não falte qualidade à cozinha, composta pelo baixista Marco Anvito e pelo batera Marcello Ledd, bem como ao vocal, também executado por Anvito, deve-se salientar que o destaque do disco fica com as guitarras. Riffs pesados, variados, além de ótimos solos dão vazão ao melhor que se pode esperar de um disco de Thrash Metal. Tanto que nesse início de ano o Hicsos conquistou seu lugar entre as 10 melhores bandas nacionais na votação da revista Roadie Crew.
A primeira faixa deste álbum, Face To Face, caracteriza um Thrash Metal dentro dos padrões clássicos, e representa a sonoridade que se ouve até o final do disco. Com mudanças constantes de andamento e solos muito bem encaixados, a faixa lidera o disco e inspira a vontade de prosseguir com a audição. Segue a esta Agony Sellers, num estilo ‘bate-estaca’ que dispensa apresentações. A letra, uma das melhores, é um ataque contra o charlatanismo por trás de pregações religiosas que prometem o céu em troca de devoção e entrega (financeira, sobretudo). Com apenas 2:27 a música dá o recado muito bem dado!
A terceira música de Technologic Pain é a faixa homônima. A música aponta um dos dramas contraditórios da humanidade, enfatizando o despropósito a que se presta a tecnologia quando se volta para a destruição. Com um riff principal que prende a atenção, uma aurora de pessimismo nos arranjos, e solos que parecem desolados, trata-se de uma música inspirada e exemplo de bom metal. Depois, Builder of Imagination, mais uma composição com teor pessimista. Apresenta-nos os dilemas típicos de um soldado no front, com suas convicções desmanteladas pela bruta e estúpida realidade da guerra. Nota 10 para mais este instrumental, com verdadeiras marteladas no começo da música! É sempre importante comprometer o instrumental e a sonoridade de uma música (ou um álbum) ao tema que apresenta. Essa competência não falta à banda!
E o disco segue em alto nível: Cry of Souls e Violence and Blood apresentam ótima sonoridade. A primeira conta com uma das poucas passagens leves do disco, com ótimos solos de guitarra. Já a segunda é uma tremenda pedrada, fazendo jus ao nome, e em muito faz lembrar o Kreator. Candyman, a sétima faixa, carrega muito peso em passagens trincadas de bateria, e ótimas levadas. Urban Scene carrega mais uma boa dose de pessimismo na parte lírica, atacando os problemas urbanos característicos de nossas grandes cidades: violência, pré-conceito... “a paz grita... ninguém escuta!” ótima faixa!
O disco termina com 3 músicas especiais. A primeira delas, Mea Culpa, trata-se de uma verdadeira acusação dos problemas causados pelo homem ao mundo e a ele mesmo. A letra ataca (à semelhança da segunda faixa do disco) as religiões e a forma como usam da fé para transformar seus seguidores em “puppets”. O discurso da letra (em primeira pessoa) é levado a cabo pela própria entidade maligna usada como bode expiatório (Diabo?) a qual muitos invocam para gerar o medo e o terror psicológico entre as pessoas a quem se quer dominar. Figura talvez mais citada e descrita do que o próprio Bem, o Mal aparece sempre nos discursos religiosos mais exaltados, cujas únicas conseqüências acabam sendo fanatismo, exploração e violência. Nem o demo em pessoa talvez fosse tão competente para fins malignos como alguns pregadores que andam pela Terra. Assim, digamos que, se o Diabo pudesse se manifestar de alguma forma, talvez fosse essa a sua manifestação diante das mazelas humanas, um legítimo I don’t give a fuck!
Por último, duas canções em português, a primeira, Pátria Amada, uma crítica à discrepância entre o Hino nacional brasileiro e as realidades do Brasil. A letra recorre aos próprios versos do Hino para desnudar os problemas do país. Encerrando o disco, Ritual, faixa instrumental, um tanto nebulosa, que tem no baixo o seu carro-chefe e não conta com a presença de bateria.
Enfim, um disco para bater cabeça e se revoltar um pouco! Em essência, Thrash total!!!!!!!
Hicsos:
Narcelo Ledd – Bateria
Antonio Sabba – Guitarra
Nilmon Filho – Guitarra
Marco Anvito – Baixo e Vocal
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