Texto por Leonardo Coutinho
Fotos por Caroline Lucena (mais fotos podem ser vistas aqui)
Com prazer saí de casa num domingo chuvoso para prestigiar a volta aos palcos de uma banda muito estimada pelos headbangers do Rio e mais duas bandas da cena carioca. Tive o prazer de ver o Allegro ao vivo três vezes numa época em que a cena local de heavy metal estava muito prolífica, com muitas bandas em plena atividade lançando álbuns e fazendo shows. Bandas de qualidade, teor artístico e outros predicados indiscutíveis como Imago Mortis, Heaven Falls e o Lost Forever que, por sinal, foi a segunda banda a tocar na noite - porém a primeira que vi - já que quando cheguei o power trio feminino do Indiscipline já havia tocado seu set. Perguntei a um amigo meu como foi o show e ele disse que gostou do som das meninas que além das suas músicas próprias tocaram “Highway to Hell', do AC/DC com a participação de Luiz Syren, outro batalhador do underground carioca.
O Lost Forever fez um show, como não poderia deixar de ser já que é sua proposta sonora, pesado e intrincado. Chegam a impressionar o peso e os riffs, que flertam com o thrash metal dos caras. Tocaram músicas de seus dois álbuns e mais algumas novas e terminaram seu show em grande estilo tocando Van Halen “Jump”. Belo show.
E por fim o Allegro. Sete anos de hiato e retorna ao palco uma banda, que como toda banda underground, com muita luta já havia ganhado uma dose considerável de respeito na mídia metálica nacional e o carinho do público carioca fazendo, inclusive, um show no saudoso Ballroom para 600 pessoas. A primeira vez que vi os “allegrenses” em ação fiquei de queixo caído com o amálgama de sua técnica apuradíssima, ainda assim, absolutamente musical; suas composições marcantes e versáteis que passam pelo power metal, hard rock e progressivo - e o carisma de seus integrantes. Nas outras duas vezes que os vi, novamente fiquei atordoado pelo que me foi apresentado e dessa vez não foi diferente. Eles fizeram ainda um set voz e violão no meio do show tocando Beatles, Ozzy, Paul McCartney e outros clássicos. Este show serviu para mostrar que o Allegro continua sendo uma das melhores bandas pra se ver caso você aprecie a arte de tocar ao vivo. Não quero dar uma de advogado do underground, mas fui a muitos shows neste ano e este foi o único em que saí de queixo caído. Um fato que não posso deixar de tomar nota é que o Allegro cometeu a ousadia - alguns diriam heresia- de tocar Queen, já que poucas bandas se aventuram a fazer alguma versão das músicas de Freddie Mercury e Cia. E que bela heresia, meus amigos. A versão apresentada de “The Show Must Go On” foi simplesmente de arrancar lágrimas de uma estátua. Bem vindos de volta. O heavy metal carioca precisa de vocês, das outras bandas que se apresentaram antes e dos organizadores - nesse caso o pessoal do Garage - apesar do evento ter ocorrido no Teatro Odisséia. O underground agradece.
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