terça-feira, 20 de abril de 2010

Show Review: Marduk

Marduk – Unearthly – Enterro – Dark Tower
11-04-2010 – Teatro Odisséia – Rio de Janeiro/RJ

Texto e Fotos por Marcos Garcia*

Uma tarde/noite quente de domingo foi a data em que a Divisão Panzer Marduk tomou de assalto, pela primeira vez, as terras cariocas, com o suporte de três bandas peso-pesado do Metal Extremo carioca na abertura: Dark Tower, Enterro e Unearthly

A primeira banda a subir no palco foi o Dark Tower, que mostraram o porque de ser uma excelente banda das safras mais recentes.

Lançando mão do material de seus dois Eps (Spectres’ Arrival e Lord of the Vastlands), mais algumas novas, a banda realmente tem ótima postura de palco, liderados pelo vocalista Galf, que se destaca pelo vocal diferenciado e pela garra com que interpreta cada música, assim como a técnica e firmeza de Argos na bateria. Usando de elementos de vários estilos de Metal para cunhar sua música violenta, mas climática e única, o Dark Tower só precisa mesmo lançar um full length o mais breve possível. See the Rise!

Um intervalo providencial para beber algo gelado, e a Marcha Fúnebre começa a soar na casa. O Enterro então mostra seu trabalho, com músicas essencialmente de seu primeiro trabalho (Nune Scio Tenebris Lux). Black Metal cru, direto, sem firulas, com músicas vezes mais aceleradas, e outras vezes bem arrastadas e pesadas, que mostram que há uma identidade sonora na banda, foram recebidos de forma bem calorosa. O Enterro é compacto e os seus integrantes possuem boa postura de palco, destaque para o vocalista Nihil, que além de cantar muito bem, é um frontman único, pois prende a atenção do público. Não dá para tirar os olhos dele, que é extremamente performático. Quem puder vê-los ao vivo, entenderá o que digo...

O Unearthly subiu ao palco pouco depois, e logo surgiu primeira roda da noite.
Divulgando seu mais recente trabalho, o CD Age of Chaos. Não é necessário falar mais do que já foi dito sobre suas apresentações ao vivo, que são cheias de energia, garra e profissionalismo que a experiência lhes deu. Ótima presença de palco, sendo fiéis ao que se ouve nos discos, a banda desfilou músicas de todos os seus CDs, e ainda um cover para Orgy of Flies, do Sarcófago, em que o público cantou em uníssono o refrão. As músicas Age of Caos e Day of Storm for Christian Souls se destacaram, e a performance de Leghor Supay, que de volta a banda, mostra porque é o melhor baterista do Metal Extremo Brasileiro. Isso sem mencionar que o vocalista Eregion chamava a atenção do público para o apoio à cena metálica nacional. Muitos deveriam ouvir suas palavras e a praticarem...

Um novo intervalo acontece, e logo começa a tocar uma longa intro, e durante ela, todos os olhos se voltaram para o palco, ansiosos pela banda principal, e logo, surge o guitarrista Morgan, que saúda o público, bem como o batera Lars, o baixista Devo e o vocalista Mortuus. O grande nome da noite, Marduk, está enfim no palco e tocam de cara With Satan and Victorious Weapons, e o público começa a agitar freneticamente.

Com um set de pouco mais de uma hora, a banda faz um apanhado de clássicos de todos os seus álbuns, como Still Fucking Dead, Materialized in Stone, Panzer Division Marduk, Beyond the Grace of God e Azrael, bem como outras de seu novo CD, Wormwood. Mas quando começa a tocar uma sirene de ataque aéreo, muitos já sabiam que era a vez de um de seus maiores clássicos, o ponto alto da noite: Baptism by Fire.

É impossível que alguém não compreenda o porque do Marduk ser um dos pilares do Black Metal em todo mundo ao ver um de seus shows, porque a presença de palco da banda é insana. Os quatro não param um momento de agitar, sem contar que Mortuus não é apenas um ótimo vocalista e intérprete, mas também um frontman que se agiganta no palco e tem o público em suas mãos, com Morgan e Devo levando os presentes ao delírio com ótimas performances em seus instrumentos e em suas interações com o público, e Lars segura a base rítmica como poucos bateras do estilo.

A banda encerrou seu show e foi mais que ovacionada pelo público presente, deixando saudades e a promessa de retorno em breve, e dou o direito de dizer, não como crítico, mas como fanático pela banda, uma frase: Muito, muito obrigado Morgan, Mortuus, Devo e Lars por realizarem o sonho antigo de um de seus fãs das antigas...

A Mysterian Art e DJ Terror (da From Hell) estão de parabéns não só por trazer a banda ao Rio pela primeira vez, mas pelo profissionalismo apresentado em relação a cada detalhe do evento, e espero que esta dobradinha possa realizar mais e mais eventos desta escala. O público carioca merece e o Metal precisa de pessoas sérias assim...

Organização nota 10, bandas nota dez, público nota 10 = evento nota 10.

*Físico formado pela UFF, escritor, fã de Metal desde os 13 anos e soldado da Divisão Panzer Marduk.


Enterro

Unearthly

Marduk

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