domingo, 30 de setembro de 2007

Notícias da Semana

Marillion anuncia novo DVD para novembro: A banda inglesa Marillion anunciou em seu site oficial o lançamento de um novo DVD agendado para chegar às lojas em novembro. Com o título de “Somewhere in London” o DVD traz músicas gravadas em duas noites na casa de shows Forum, em Londres, em junho deste ano, em apresentações da turnê do disco “Somewhere Else”. A direção e edição do material foi feita por Tim Sidwell, que já trabalhou com o grupo em outros projetos [...] (Fonte: Rock Online)






Darkane começa gravar novo álbum no final do ano: A banda sueca Darkane divulgou que vai começara trabalhar na gravação do próximo disco no final do ano. O inicio para as gravações atrasou devido a problemas que o grupo teve com o estúdio da banda, tendo que encontrar um novo local para montar toda a aparelhagem e começar os trabalhos [...] (Fonte: Rock Online)






Robert Plant garante que Led não vai fazer turnê: Parece que realmente só 20 mil fãs de muita sorte vão poder assistir ao vivo a reunião do Led Zeppelin, isso porque o vocalista Robert Plant declarou para a imprensa que o grupo não vai fazer uma turnê, mas somente o show que o grupo já anunciou que vai acontecer no dia 26 de novembro, no O2 Arena, em Londres. Os 20 mil compradores foram sorteados entre quase 20 milhões de inscrições e cada um vai pagar pelo ingresso o equivalente a R$500,00 [...] (Fonte: Rock Online)






Paul McCartney celebra Liverpool como Capital Cultural: A cidade que viu uma das maiores – a maior? – banda de todos os tempos nascer e se transformar em um fenômeno mundial, Liverpool, vai ser palco para uma apresentação de Paul McCartney e Ringo Starr. O show será realizado no dia 01 de junho de 2008, em um estádio de futebol. A apresentação faz parte dos eventos que visam celebrar Liverpool como ‘Capital Européia da Cultura’, junto com a cidade de Stavanger, na Noruega [...] (Fonte: Rock Online)

domingo, 23 de setembro de 2007

CD Review: Viper – All My Life


Viper – All My Life
Gravadora: Eldorado

por Artur Henriques

O grupo Viper é bastante conhecido do público fã de Heavy Metal tradicional e Metal Melódico do Brasil. Afinal a banda (quando ainda contava com André Matos no vocal) lançou o álbum Theatre of Fate em 1989, sendo que com esse álbum a banda conseguiu duas proezas: ao lado do grupo alemão Helloween foram alçados ao posto de co-criadores do gênero Metal Melódico, e também conseguiram ser a primeira banda brasileira a obter sucesso no exterior (mais especificamente no Japão).

Mas seria com o álbum Evolution (mais voltado para sonoridade do Heavy Metal tradicional e tendo o baixista Pit Passarell nos vocais) que a banda atingiu seu ápice, consolidando sua carreira tanto no Brasil quanto no exterior. A coroação dessa fase viria com o álbum ao vivo Maniacs In Japan – Viper Live.

Já com o álbum Coma Rage, apesar da banda obter algumas conquistas (conseguiram colocar o cover do The Clash -I Fought The Law- no primeiro lugar da MTV Brasil) muitos dos antigos fãs viraram as costas para a banda, devido à mudança do som, mais voltado para o Punk Rock/Hardcore. E com o álbum Tem Para Todo Mundo (voltado para uma sonoridade pop rock) a banda se viu entregue à própria sorte, devido à falência da gravadora que deveria lançar o álbum. Isso acabou ocasionando um encerramento das atividades do grupo.

Mais recentemente a banda anunciou o retorno às atividades e se estabilizou com o lin up que gravou o novo álbum: o vocalista Ricardo Bocci (ex-Rei Lagarto), o baixista Pit Passarell, o baterista Renato Graccia, e os guitarristas Felipe Machado e Val Santos (sendo que esse último já saiu da banda, e está sendo substituído provisoriamente por Marcelo Mello).

Esse álbum surge em meio a muitas expectativas tendo em vista que em várias oportunidades a banda anunciou que pretendia com esse novo álbum produzir o elo perdido entre a fase do álbum Theatre of Fate e do Evolution, tendo para isso inclusive convocado um ex-aluno do André Matos para assumir o posto de vocalista. Mas será que a banda conseguiu? Nem tanto.

All My Life não traz o peso de Evolution ou a técnica apurada de Theatre of Fate, e na verdade agrega elementos novos ao som da banda. Principalmente devido ao vocal de Ricardo, em muitos momentos o som acabou por ficar com uma roupagem Hard Rock.

O álbum está longe de ser ruim, apresentando grandes momentos como a faixa título que abre o CD, Come On Come On (para mim a melhor, possuidora de um refrão marcante), Love Is All (com participação do ex-integrante André Matos) e a balada Violet (com participação de outro ex-integrante da banda, o guitarrista Yves Passarell, atualmente na banda Capital Inicial).

Portanto, quem for fã do grupo ou deseja conhecer uns dos pais fundadores do Metal Melódico pode ir sem medo, para quem não é particularmente interessado na banda ou no som que eles praticam recomendo uma primeira audição para talvez se convencerem de que estão diante de uma grande banda.

Nota: 8.5

Classic Album: King Diamond - Conspiracy

Na sessão Classic Albums pretende-se homenagear as obras que merecem ser relembradas. Aqueles álbuns que consideramos fundamentais para os ouvintes de Heavy Rock...



King Diamond – Conspiracy

por Wesley Rodrigues

Um dia desses numa conversa ouvi algo bastante interessante, que foi mais ou menos assim: “Não ter respeito é foda. Veja por exemplo o Angra...tem um sucesso absurdo mas é uma banda muito zuada. E com ela você pode incluir várias de melódico. O Sepultura é outra que, apesar do legado, não tem respeito unânime. Mas o King Diamond não. Ele é diferente, o cara tem muito respeito apesar de toda excentricidade.”

Concordo plenamente. King Diamond tem um status altíssimo dentro do Heavy Metal. O talento está mais do que manifesto em obras como Don’t Break the Oath do Mercyful Fate e Abigail da sua banda solo. Na lista dos que já demonstraram admiração por ele está Michael Amott (Arch Enemy), Alex Camargo (Krisiun) e André Matos (esse todo mundo sabe quem é).

Achei interessante essa conversa sobre respeito porque algumas vezes já vi pessoas que gostam de metal o ridicularizarem. Os motivos vão desde as poses nas fotos com sua caracterização e postura supostamente satanista até, e principalmente, os vocais em falsete. Tudo isso acaba virando um obstáculo para que o indivíduo passe a gostar da banda. Esse é, por exemplo, o problema dos meus pais que têm a ele um repúdio quase ódio (rs). Pobre King.

Não culpo ninguém por essa resistência. De fato, os vocais são bem estranhos. Conheço um cara que disse que antigamente não ouvia King Diamond muito alto por vergonha!(rs) Porém, vale dizer que para apreciar certas obras de arte (filme, literatura, pintura, música, etc.) é necessário baixar um pouco a guarda e procurar se adaptar ao que o autor propõe. Isso pode significar, am alguns casos, se despir de preconceitos ou deixar de lado padrões para que se possa entrar no clima da coisa. Acho, portanto, bastante válido e bom qualquer esforço de compreensão de manifestações artísticas com as quais não estamos acostumados.
Uma rejeição pura e instantânea de qualquer obra impede que se crie um maior ecletismo e aceitação de outras tendências, estilos, etc., o que é, a meu ver, uma postura limitante e empobrecedora. Isso é exatamente o que faz “bangers” mais tradicionais que, embora ouçam King Diamond (já não estamos mais falando dele aqui), se fecham de forma idiota dentro do Heavy Metal como se ele fosse o único estilo bom na Terra e que tratam como especial e superior o que na verdade é só mais um. Acho uma postura mais inteligente entender que todos os estilos de música (e de outros tipos de arte) têm seu valor dentro dos contextos em que são produzidos e consumidos. Não pretendo dizer com isso que tudo é maravilhoso e que devemos ouvir tudo, mas sim que diferentes estilos existem para diferentes pessoas e, principalmente, que nós podemos ser mais elásticos quanto aos nossos gostos - ou, se não isso, pelo menos pararmos com uma atitude de arrogância e estupidez tão facilmente encontrada nos círculos de metal.

Sem mais masturbações, que essa conversa já está quase perdendo o rumo, voltemos ao King.

Talvez ele continue uma barreira intransponível para alguns e que risinhos de cinismo e piadinhas continuem a ocorrer quando ele é ouvido. Mas é uma pena que as coisas sejam assim. Tudo isso deveria cair por terra quando você coloca um disco do calibre de Conspiracy para rodar. Esse disco é de 1989. É o quarto de sua carreira, tendo sido lançado depois do comercialmente bem sucedido Them (que aliás é o que eu considero o melhor).

A primeira faixa é At The Graves. Primeiro tem uma introdução que narra o quanto um garoto sente falta de sua irmãzinha morta, dando bem aquele clima de filme de terror. Em seguida, o metal começa com as vozes cantando: Rise my friends...rise/Spirits rising from their graves... e aí a casa cai. Essas primeiras frases são uma boa amostra da força de sua voz e logo de cara dá para perceber que ele coloca o coração no que faz. Seu vocal é bem versátil e as canções são interpretadas com muito feeling. E daí por diante o que se tem são vários riffs e solos de guitarra bem inspirados numa música longa e complexa.
O disco segue com Sleepless Nights, onde os vocais são destaque. Lies vem em seguida e tem um solo muito bonito. A Visit From The Dead também está entre as melhores com uma intro no violão muito legal. Outros faixas de destaque são as instrumentais e curtas Something Weird e Victimized.

O disco conta à história de um garoto que sofre bastante: de um lado, pela perda da irmã, e de outro, pelo que sua mãe lhe reserva. Tudo isso embalado por um Heavy tradicional com guitarristas excelentes: Andy LaRocque (que assina várias faixas) e Pete Blakk. Eles fazem desse disco um prato cheio para quem gosta de um bom trabalho de guitarras!

Em suma, Conspiracy é matador: um som pesado, com músicas que variam bastante e os já citados solos e riffs indefectíveis. Simplesmente um Heavy Metal de altíssima qualidade. E se você continuar de frescura por causa do vocal, azar o seu.

Conspiracy (1989)
Gravadora: Roadrunner Records (Brasil - 1996)
Produção: Roberto Falcao, King Diamond e Andy La Rocque
Line-up: King Diamond (vocal), Andy La Rocque (guitarra), Pete Blackk (guitarra), Hal Patino (baixo)
Músicos de apóio: Mikkey Dee (bateria), Roberto Falcao (teclado)


sábado, 22 de setembro de 2007

CD Review: Tempestt – Bring `Em On




Tempestt – Bring `Em On
Gravadora: Dynamo Records

por Artur Henriques


A banda Tempestt é formada por músicos da mais alta qualidade, e tem no seu currículo o fato de terem sido a banda de apoio do vocalista Jeffy Scott Soto na passagem dele pelo Brasil. E agora, no ano de 2007, a banda resolveu lançar finalmente seu álbum de estréia. E que estréia!

Muitos são os predicados do álbum Bring `Em On dos paulistanos da banda Tempestt, por isso fica até difícil saber por onde começar uma crítica (não sendo à toa o CD ter chegado a ficar no posto de mais vendidos da gravadora Dynamo ficando na frente de nomes como Bruce Dickinson e Venom).

Bom, acho que poderia falar sobre o que primeiro me chamou atenção: o vocal. Afinal, muitas vezes é o vocal que detêm a capacidade de transformar o som de uma banda em algo agradável e/ou interessante de se ouvir. E no caso do Tempestt os vocais de BJ são essenciais! Afinal ele consegue alternar momentos melodiosos com partes agressivas, sem nunca perder a técnica e o bom gosto de vista.

Outro membro que se destaca é o guitarrista Leo Mancine, além do aspecto técnico (onde todos na banda são acima da média) ele também é o letrista de todas as músicas (onde impõe um caráter pessoal e introspectivo na maior parte delas) e ele também é autor de algumas das melhores músicas presentes no CD.

Mas qual seria a sonoridade que essa banda formada por músicos do mais alto gabarito apresenta? Difícil de responder, a estrutura da maior parte das músicas remete o ouvinte ao Heavy Metal tradicional dos anos 1980, por outro lado o alto nível técnico de execução das músicas nos faz pensar na sonoridade do Progressivo, e para completar os refrões são grudentos e parecem sair da cena Hard Rock californiana. Isso tudo faz com que a banda não soe clichê apesar de não apresentar nada de novo.

Quanto às músicas presentes no álbum é difícil de apresentar destaques, pois é um álbum muito coeso e equilibrado, mas vale a pena chamar a atenção para alguns momentos.

A faixa-título traz o solo de guitarra feita por Hugo Mariutti (André Matos, Henceforth, Remove Silence, ex-Shaman) e para aqueles que não gostam do trabalho do guitarrista vale a pena conferir o solo de guitarra feito por ele nessa música. Outra participação especial é a de Jeffy Scott Soto na música Insanity Desire, e apesar de Jeffy não fazer nada que o vocalista BJ não conseguisse, ele acrescenta mais “cor” na música, sendo uma grande contribuição.

Enemy In You e Fallen Moon são as duas melhores músicas de todo o CD! Em grande parte devido aos refrões mais do que marcantes e empolgantes presentes nelas. Outra preciosidade é a música Healing, uma linda balada que fecha de forma soberba esse grande trabalho.

Se você ainda não ouviu a banda Tempestt, trate de conhecê-los! Pois esse é sem sombra de dúvidas um dos maiores (se não o maior) lançamento do Metal brasileiro em 2007.

Nota: 10.