Texto por Raquel Torres
Fotos por Alexandre Fagundes e Adriano
Agradecimento especial a Flaveus van Neutralis por correções e acréscimos
A noite de sábado foi realmente inesquecível. Mas comecemos do clichê, comecemos do começo. Era em torno das 16:30, e entrada para a pista normal já estava lotada na Apoteose. Pessoas dormiram e madrugaram na fila. Quando o relógio marcava 17 horas, o público, bastante ansioso e agitado, começou a balançar as grades. Nessa altura nem existia mais fila direito. O calor estava terrível. O começo da fila, bem perto do portão de entrada, já tinha se tornado algo que podemos popularmente chamar de “muvuca”. Era uma fila marcada pela falta de organização da produção do show. Empurrões, estresses e muito suor eram perceptíveis nesse momento. A paciência dos fãs foi sendo testada a cada minuto de atraso na abertura dos portões. Até que, com vários minutos de atraso, a entrada foi liberada. Era impossível não andar, pois a multidão levava a todos como se fosse uma onda com uma grande correnteza. Logo depois de todos passarem pelo pequeno portão, toda a multidão começou uma correria para a próxima fila. Nessa correria teve gente caindo, objetos sendo perdidos e deixados para trás. Foi uma verdadeira maratona de São Silvestre. E salve-se quem puder de ser atropelado e pisoteado! Logo depois dessa correria, duas filas se formavam. Foi a fila para revista de bolsas, bolsos e mochilas. Muita gente furando fila, e muitas brigas se formando. Confusões mesmo, de ter gente saindo no soco. Além disso, pessoas passaram mal e umas chegaram a desmaiar. Deve-se deixar bem claro que a segurança do local não interferiu de forma alguma nas brigas e não apareceu nenhum paramédico para socorrer os que desmaiaram. Logo depois dessa revista, outra correria, mais balbúrdia, mais gente passando mal e mais falta de organização. A última fila agora era de validação do ingresso, apresentação de identidade, etc. Depois de tanta correria, enfim, os fãs chegaram ao lugar de destino: a pista da Apoteose. Abriram os portões das arquibancadas e muitos foram ocupar os lugares como opção de um ser mais alto e amplo. Da arquibancada podia-se perceber uma enorme correria na pista lá embaixo, do lado direito. Eram dezenas de pessoas correndo na direção da saída, mas não estavam saindo. Muitos pensaram que fosse mais uma briga. Depois, veio-se a descobrir, através de relatos de quem estava no local, que as pessoas estavam levando choques elétricos. O chão e os fãs estavam molhados por causa da chuva, o que ocasionou em descargas elétricas sendo transmitidas pela multidão. Uns dizem que eram os seguranças do local dando choques (nada oficialmente confirmado) e outros afirmaram que seriam fios desencapados. O fato é que foi um grande susto na galera que estava no local e também para quem viu de longe. Mas vamos para as partes felizes do evento. Lá de cima a vista é mesmo impressionante. O Cristo Redentor bem atrás do palco formava uma bela paisagem para o espetáculo metálico que estava por vir. Perto das 20:30 começa o show de abertura com Lauren Harris, filha de Steve Harris. Ela começou um pouco mal aquecida, mas com o tempo foi soltando melhor a voz. Os músicos eram bons e algumas músicas tinham refrões bem elaborados. Lauren mostrou uma interessante performance e boa presença de palco. Mas as canções não agitaram muito o público presente, que mais parecia estar enlouquecido com a espera da grande atração da noite. Já dava pra perceber que o som não estava muito bom. A equipe de produção do evento poderia ter sido mais exigente quanto à qualidade do áudio. Pouco mais de meia hora depois, a banda de Lauren se despede do palco. Depois de um intervalo, foi exibido nos telões um vídeo da turnê “Somewhere back in time”, com cenas da banda em seu avião particular pilotado por Bruce Dickinson. Logo em seguida, um pequeno vídeo com cenas da Segunda Guerra Mundial foi exibido junto da clássica introdução com o discurso do Primeiro-Ministro Britânico Winston Churchill, já remetendo os fãs para o ano de 1984 e dando uma dica do primeiro clássico da noite: Aces High. O público explodiu de emoção com a abertura do show. Bruce, com seu incrível desempenho, pulava de um lado pro outro. Quanta energia! Ao final de Iron Maiden uma grande cabeça de Faraó que fazia parte do cenário do palco se abriu e por trás do palco surgiu o mascote da banda, Eddie, que estava mumificado. Ele mexia os braços e a cabeça, e com certeza remeteu às super produções do carnaval carioca na Sapucaí. E em The Evil that Men Do surgiu andando pelo palco um enorme robô do Eddie, da capa do disco Somewhere in Time. Além das duas gloriosas aparições do mascote, houve no mesmo palco bonitos fogos de artifício e imensas labaredas num grande show de pirotecnia. Foi incrível a interação da banda com o público durante o show como um todo, mas algumas músicas merecem destaque: Aces High, que foi a música de abertura pegando muitos de surpresa (surpresa porque estava difícil conseguir perceber quando a banda ia entrar no palco. Os que foram no show devem entender isso); 2 Minutes To Midnight foi outra música bem cantada pelo público embalado de “Scream for me Rio de Janeiro!” que Bruce não se cansou em repetir durante todo o show, podemos apostar que ninguém ali (pelo menos os cariocas) se cansou de ouvir também. Merecem ser citadas também The Trooper, Fear Of The Dark (cantada em uníssono a todo instante, inclusive em seus leads e solos de guitarra melodiosos e marcantes) e The Number of the Beast que foram também clássicos muito bem executados pela banda, além da emblemática Run to the Hills. E não se pode deixar de citar as que, há muito tempo, não apareciam nos shows de turnês mundiais do Iron e que, acima de tudo, causaram uma magnífica reação do público: Children of the Damned (a qual emocionou verdadeiramente muitos presentes), Phantom of the Opera (um dos clássicos supremos da banda); a épica e soturna Rime of the Ancient Mariner e a empolgante Powerslave. O show foi encerrado com a animada Sanctuary (mais uma da era Paul Dianno). É inegável que uma turnê com as melhores músicas da carreira do Iron Maiden vai fazer muito sucesso por onde passar. Apesar da falta de organização, da chuva e da qualidade do som, foi uma honra poder participar de um incrível show como este.
Fotos por Alexandre Fagundes e Adriano
Agradecimento especial a Flaveus van Neutralis por correções e acréscimos
A noite de sábado foi realmente inesquecível. Mas comecemos do clichê, comecemos do começo. Era em torno das 16:30, e entrada para a pista normal já estava lotada na Apoteose. Pessoas dormiram e madrugaram na fila. Quando o relógio marcava 17 horas, o público, bastante ansioso e agitado, começou a balançar as grades. Nessa altura nem existia mais fila direito. O calor estava terrível. O começo da fila, bem perto do portão de entrada, já tinha se tornado algo que podemos popularmente chamar de “muvuca”. Era uma fila marcada pela falta de organização da produção do show. Empurrões, estresses e muito suor eram perceptíveis nesse momento. A paciência dos fãs foi sendo testada a cada minuto de atraso na abertura dos portões. Até que, com vários minutos de atraso, a entrada foi liberada. Era impossível não andar, pois a multidão levava a todos como se fosse uma onda com uma grande correnteza. Logo depois de todos passarem pelo pequeno portão, toda a multidão começou uma correria para a próxima fila. Nessa correria teve gente caindo, objetos sendo perdidos e deixados para trás. Foi uma verdadeira maratona de São Silvestre. E salve-se quem puder de ser atropelado e pisoteado! Logo depois dessa correria, duas filas se formavam. Foi a fila para revista de bolsas, bolsos e mochilas. Muita gente furando fila, e muitas brigas se formando. Confusões mesmo, de ter gente saindo no soco. Além disso, pessoas passaram mal e umas chegaram a desmaiar. Deve-se deixar bem claro que a segurança do local não interferiu de forma alguma nas brigas e não apareceu nenhum paramédico para socorrer os que desmaiaram. Logo depois dessa revista, outra correria, mais balbúrdia, mais gente passando mal e mais falta de organização. A última fila agora era de validação do ingresso, apresentação de identidade, etc. Depois de tanta correria, enfim, os fãs chegaram ao lugar de destino: a pista da Apoteose. Abriram os portões das arquibancadas e muitos foram ocupar os lugares como opção de um ser mais alto e amplo. Da arquibancada podia-se perceber uma enorme correria na pista lá embaixo, do lado direito. Eram dezenas de pessoas correndo na direção da saída, mas não estavam saindo. Muitos pensaram que fosse mais uma briga. Depois, veio-se a descobrir, através de relatos de quem estava no local, que as pessoas estavam levando choques elétricos. O chão e os fãs estavam molhados por causa da chuva, o que ocasionou em descargas elétricas sendo transmitidas pela multidão. Uns dizem que eram os seguranças do local dando choques (nada oficialmente confirmado) e outros afirmaram que seriam fios desencapados. O fato é que foi um grande susto na galera que estava no local e também para quem viu de longe. Mas vamos para as partes felizes do evento. Lá de cima a vista é mesmo impressionante. O Cristo Redentor bem atrás do palco formava uma bela paisagem para o espetáculo metálico que estava por vir. Perto das 20:30 começa o show de abertura com Lauren Harris, filha de Steve Harris. Ela começou um pouco mal aquecida, mas com o tempo foi soltando melhor a voz. Os músicos eram bons e algumas músicas tinham refrões bem elaborados. Lauren mostrou uma interessante performance e boa presença de palco. Mas as canções não agitaram muito o público presente, que mais parecia estar enlouquecido com a espera da grande atração da noite. Já dava pra perceber que o som não estava muito bom. A equipe de produção do evento poderia ter sido mais exigente quanto à qualidade do áudio. Pouco mais de meia hora depois, a banda de Lauren se despede do palco. Depois de um intervalo, foi exibido nos telões um vídeo da turnê “Somewhere back in time”, com cenas da banda em seu avião particular pilotado por Bruce Dickinson. Logo em seguida, um pequeno vídeo com cenas da Segunda Guerra Mundial foi exibido junto da clássica introdução com o discurso do Primeiro-Ministro Britânico Winston Churchill, já remetendo os fãs para o ano de 1984 e dando uma dica do primeiro clássico da noite: Aces High. O público explodiu de emoção com a abertura do show. Bruce, com seu incrível desempenho, pulava de um lado pro outro. Quanta energia! Ao final de Iron Maiden uma grande cabeça de Faraó que fazia parte do cenário do palco se abriu e por trás do palco surgiu o mascote da banda, Eddie, que estava mumificado. Ele mexia os braços e a cabeça, e com certeza remeteu às super produções do carnaval carioca na Sapucaí. E em The Evil that Men Do surgiu andando pelo palco um enorme robô do Eddie, da capa do disco Somewhere in Time. Além das duas gloriosas aparições do mascote, houve no mesmo palco bonitos fogos de artifício e imensas labaredas num grande show de pirotecnia. Foi incrível a interação da banda com o público durante o show como um todo, mas algumas músicas merecem destaque: Aces High, que foi a música de abertura pegando muitos de surpresa (surpresa porque estava difícil conseguir perceber quando a banda ia entrar no palco. Os que foram no show devem entender isso); 2 Minutes To Midnight foi outra música bem cantada pelo público embalado de “Scream for me Rio de Janeiro!” que Bruce não se cansou em repetir durante todo o show, podemos apostar que ninguém ali (pelo menos os cariocas) se cansou de ouvir também. Merecem ser citadas também The Trooper, Fear Of The Dark (cantada em uníssono a todo instante, inclusive em seus leads e solos de guitarra melodiosos e marcantes) e The Number of the Beast que foram também clássicos muito bem executados pela banda, além da emblemática Run to the Hills. E não se pode deixar de citar as que, há muito tempo, não apareciam nos shows de turnês mundiais do Iron e que, acima de tudo, causaram uma magnífica reação do público: Children of the Damned (a qual emocionou verdadeiramente muitos presentes), Phantom of the Opera (um dos clássicos supremos da banda); a épica e soturna Rime of the Ancient Mariner e a empolgante Powerslave. O show foi encerrado com a animada Sanctuary (mais uma da era Paul Dianno). É inegável que uma turnê com as melhores músicas da carreira do Iron Maiden vai fazer muito sucesso por onde passar. Apesar da falta de organização, da chuva e da qualidade do som, foi uma honra poder participar de um incrível show como este.
Set List do show:
1. Aces High
2. Wrathchild
3. 2 Minutes To Midnight
4. Children Of The Damned
5. Phantom Of The Opera
6. The Trooper
7. Wasted Years
8. Rime Of The Ancient Mariner
9. Powerslave
10. Run To The Hills
11. Fear Of The Dark
12. Hallowed Be Thy Name
13. Iron Maiden
BIS
14. The Number of the Beast
15. The Evil That Men Do
16. Sanctuary
1. Aces High
2. Wrathchild
3. 2 Minutes To Midnight
4. Children Of The Damned
5. Phantom Of The Opera
6. The Trooper
7. Wasted Years
8. Rime Of The Ancient Mariner
9. Powerslave
10. Run To The Hills
11. Fear Of The Dark
12. Hallowed Be Thy Name
13. Iron Maiden
BIS
14. The Number of the Beast
15. The Evil That Men Do
16. Sanctuary